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VENDA CASADA
Nas 70 maiores construtoras, só 4 aceitam o usado como parte de pagamento no ato da entrega do novo
"Chave com chave" é raridade no mercado
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Usar o imóvel usado como parte de pagamento de um novo -e
só entregá-lo quando a obra for finalizada- transformou-se em
uma prática rara no mercado de
São Paulo: das 70 maiores construtoras ouvidas pela Folha, apenas 4 mantêm o sistema conhecido como "chave com chave".
Embora pareça ser um ótimo
negócio para o comprador, recomenda-se cautela. "Muitas vezes,
trata-se de uma estratégia de marketing para atrair o interessado
até o estande de vendas", alerta
Gonzalo Fernandez, 35, diretor
de comercialização de lançamentos do Secovi-SP (Sindicato das
Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais).
"Em alguns casos, o consumidor, que estava empolgado com o
lançamento, fica frustrado com a
construtora ao ver seu imóvel ser
avaliado bem abaixo do preço de
mercado", diz o diretor do Secovi
e da imobiliária Fernandez Mera.
Desvalorização
Ricardo Teixeira Leite, 44, diretor da construtora e incorporadora Tecnisa, que patenteou o no-
me "chave a chave" em 1992, explica que, "embora seja interessante para o comprador, não é interessante para a construtora".
A mesma opinião é compartilhada por José Romeu Ferraz Neto, 45, vice-presidente do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da
Construção Civil do Estado de
São Paulo): "É uma relação muito
difícil, pois o período da obra é
longo [média de 36 meses], o que
pode terminar valorizando um
imóvel e desvalorizando o outro".
Para o consultor Luís Álvaro de
Oliveira, 60, a maior dificuldade é
a avaliação do imóvel. "Quem
tem o usado supervaloriza, e
quem vai recebê-lo costuma oferecer menos." Especialistas ouvidos pela Folha dizem ser aceitável
uma depreciação de 10% a 20%
no sistema "chave com chave".
(ELENITA FOGAÇA)
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