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INVESTIMENTO
Boom de lançamentos entre 1996 e 2000 faz ocupação média cair para 30% e até inviabilizar rentabilidade
Dono de flat está com um "mico" nas mãos
ELENITA FOGAÇA
MARLENE PERET
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Depois de colocar no mercado
98 empreendimentos (30.926 unidades) entre 1996 e 2000 -51%
do total lançado em 18 anos (de
1985 a 2002)-, os donos de flats
na cidade de São Paulo vivem um
dilema originado pela baixíssima
ocupação -média de 30%.
Se, por um lado, há um estudo
que mostra que eles podem voltar
a ser, em 2008, uma boa opção de
investimento,
quem comprou flats há sete anos
com a perspectiva de 1% de rentabilidade ao mês considera-se, hoje, com um "mico" nas mãos.
"Em maio, não rendeu nada,
paguei até o condomínio", afirma
o engenheiro Joaquim Medeiros,
66, dono de uma unidade nos Jardins (zona sul), maior reduto de
lançamentos (16,3%). "A desvalorização já beira os 50%. Não há luz
no fim do túnel, só especulação."
Para Orlando de Souza, 55, diretor da Accor, sexta no ranking de
administradoras (1.839 lançamentos entre 1985 e 2002), o investidor deve baixar a expectativa
e considerar boa uma rentabilidade de 0,5% ao mês. "Quadruplicou a oferta de hotéis na cidade, e
começaram os problemas."
Basílio Jafet, 45, vice-presidente
de incorporações do Secovi (sindicato de imobiliárias e construtoras), aposta que o "retrofit" de
alguns flats (reforma para transformá-los em apartamentos de
um ou dois dormitórios) pode
conduzir o mercado ao equilíbrio.
Essa é a esperança de um grupo
de 12 donos de um flat em Moema
(zona sul). A situação do pool é
complicada: cada unidade rende
R$ 200 mensais, mas só os gastos
com condomínio e IPTU somam
R$ 600 por mês. "A decisão do "retrofit" será demorada", admite José Ribeiro, 50, líder do grupo. "Será preciso consenso na mudança
e mais alguns investimentos."
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