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São Paulo, domingo, 29 de junho de 2003

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INVESTIMENTO

Boom de lançamentos entre 1996 e 2000 faz ocupação média cair para 30% e até inviabilizar rentabilidade

Dono de flat está com um "mico" nas mãos

ELENITA FOGAÇA
MARLENE PERET
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Depois de colocar no mercado 98 empreendimentos (30.926 unidades) entre 1996 e 2000 -51% do total lançado em 18 anos (de 1985 a 2002)-, os donos de flats na cidade de São Paulo vivem um dilema originado pela baixíssima ocupação -média de 30%.
Se, por um lado, há um estudo que mostra que eles podem voltar a ser, em 2008, uma boa opção de investimento, quem comprou flats há sete anos com a perspectiva de 1% de rentabilidade ao mês considera-se, hoje, com um "mico" nas mãos.
"Em maio, não rendeu nada, paguei até o condomínio", afirma o engenheiro Joaquim Medeiros, 66, dono de uma unidade nos Jardins (zona sul), maior reduto de lançamentos (16,3%). "A desvalorização já beira os 50%. Não há luz no fim do túnel, só especulação."
Para Orlando de Souza, 55, diretor da Accor, sexta no ranking de administradoras (1.839 lançamentos entre 1985 e 2002), o investidor deve baixar a expectativa e considerar boa uma rentabilidade de 0,5% ao mês. "Quadruplicou a oferta de hotéis na cidade, e começaram os problemas."
Basílio Jafet, 45, vice-presidente de incorporações do Secovi (sindicato de imobiliárias e construtoras), aposta que o "retrofit" de alguns flats (reforma para transformá-los em apartamentos de um ou dois dormitórios) pode conduzir o mercado ao equilíbrio.
Essa é a esperança de um grupo de 12 donos de um flat em Moema (zona sul). A situação do pool é complicada: cada unidade rende R$ 200 mensais, mas só os gastos com condomínio e IPTU somam R$ 600 por mês. "A decisão do "retrofit" será demorada", admite José Ribeiro, 50, líder do grupo. "Será preciso consenso na mudança e mais alguns investimentos."


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