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Prefixadas em alta
Especialistas relativizam bom momento
Crédito sem correção é vantajoso hoje, mas mudanças econômicas a longo prazo podem reverter o quadro
DA REPORTAGEM LOCAL
O panorama de instabilidade
do mercado gera dúvidas na hora de financiar a casa própria.
Entre produtos que oferecem crédito com taxas prefixadas e outros com valores de juros acrescidos de TR, cabe ao
comprador analisar os riscos.
Para o professor de finanças
da FEA-USP (Faculdade de
Economia, Administração e
Contabilidade da Universidade
de São Paulo) Roy Martelanc,
as taxas prefixadas são atraentes com o aumento das projeções de inflação.
"Nesse instante é uma boa
aposta e dificilmente será ruim,
pois, se houver variação nos juros, o consumidor terá estabilidade nas parcelas", explica.
Miguel de Oliveira, da Anefac, considera que as taxas de
juros estimadas pelo mercado
para 2008 não são reais a longo
termo. "Estamos falando de
empréstimos a prazos de mais
de dez anos", analisa.
"Nos últimos anos, tivemos
juros declinantes, e agora é o
contrário. No momento atual,
[financiamento com taxas prefixadas] seria uma boa opção.
Mas, se a Selic começar a cair,
deixará de ser vantajoso."
Situação
Alguns bancos seguem com
as mesmas taxas prefixadas de
2007, como a Nossa Caixa e a
Caixa Econômica Federal.
Maurício Rosa, gerente de
negócios imobiliários da Nossa
Caixa, afirma que o banco não
tem previsão para a elevação
das taxas. "Ainda não foi feita
uma avaliação para saber se teremos de aumentá-las", diz.
Segundo Rosa, a demanda
por crédito imobiliário com taxas pré e pós-fixadas em seu
banco é equilibrada, com um
crescimento da venda de prefixadas por conta do temor do
aumento da TR.
Na avaliação do diretor de
crédito imobiliário da Febraban (Federação Brasileira de
Bancos), Osmar Roncolato, a
tendência é a de que as taxas sejam elevadas, e a velocidade será a do aumento dos juros.
"Toda vez que há um cenário
de perspectiva de crescimento
-e um dos componentes é o
comportamento inflacionário-, o mercado futuro de taxa
muda de patamar", explica.
Ponderando os dois extremos, o coordenador do Centro
de Estudos Financeiros da FGV
(Fundação Getulio Vargas),
William Eid Júnior, recomenda: "O ideal é encontrar uma
prestação que tenha flexibilidade dentro do orçamento".
(CC)
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