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CONDOMÍNIO
Incentivo não acaba com inadimplência
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Kit promocional, milhas em
passagem aérea, seguro-desemprego e sorteio de brindes são
estratégias para incentivar o pagamento do rateio mensal em
dia. Segundo o Secovi-SP (sindicato das imobiliárias e construtoras), hoje 10% dos condôminos estão inadimplentes.
Após implantar o seu programa de incentivo (sorteio de kits
com relógio, agenda eletrônica,
mochila e caneta), a Chindler
diz que conseguiu reduzir a inadimplência dos 230 condomínios que administra de 15%, em 2001, para 4%, em 2002.
Síndica e ganhadora do kit,
Maristela Pessoa, 54, não acredita que incentivos como esse façam o condômino pagar em dia
o rateio mensal. "É apenas uma
forma de gratificar o adimplente, mas não resolve a falta de dinheiro no fim do mês", opina.
Já a Protest afirma que, com o
programa de milhas em passagem aérea implantado há um
ano, reduziu de 7% para 5% a
inadimplência nos 400 condomínios de sua carteira. Na parceria com a Varig, a administradora deposita, para cada dólar
da cota de condomínio paga em
dia, uma milha no cartão Smiles.
Porém, segundo o dono da administradora, Francisco de
Moura Ribeiro, 57, o programa
estimula a adimplência apenas
em condomínios de alto padrão.
"São as pessoas que normalmente já colecionam milhas e
usam nosso incentivo para fazer
upgrade de classes ou viagens."
Reduzir a inadimplência também era a meta da Apsa, quando
lançou o seguro-desemprego
Condolar, que garante o pagamento das despesas do condomínio por três meses. Mas o incentivo serviu apenas para evitar o crescimento dos não-pagadores, cerca de 7% ao mês.
Especialistas garantem que o
melhor incentivo para evitar a
inadimplência ainda é manter as
taxas o mais baixo possível (reduzindo os gastos do condomínio), além de dosar a multa no
atraso -leia matéria abaixo.
"A lei limita em até 20%, mas a
taxa pode ser reduzida em assembléia", afirma Claudio Felippe Anauate, 56, diretor da Aabic
(Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios) do Estado de São Paulo.
Na opinião de Angélica Arbex,
25, coordenadora de marketing
da Lello, que administra mil edifícios, "o melhor incentivo é
criar ferramentas para que o
condômino que já esteja com a
prestação atrasada consiga pagar a dívida na fase amigável".
(ANA PAULA DE OLIVEIRA)
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