São Paulo, quarta-feira, 06 de agosto de 2008

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tecnologia

PC barato preocupa a indústria

NETBOOKS Computador com foco na internet tem pequena margem de lucro

MATT RICHTEL
DO "NEW YORK TIMES"

A indústria dos computadores pessoais está pronta para colocar à venda dezenas de milhões de pequenos dispositivos que utilizam energia de maneira mais eficiente e possuem sua base na internet. Curiosamente, algumas das maiores empresas desse ramo consideram essa notícia ruim.
Os fabricantes de computadores estão cautelosos com o novo modelo, pois os baixos preços podem ameaçar ainda mais a pequena margem de lucros dos produtores de PC. Os novos computadores, chamados de netbooks, foram planejados essencialmente para navegar em websites e checar e-mails. O preço é pequeno, com algumas vendas no valor de até US$ 300.
Também eram pequenas as empresas que desbravaram esse mercado, como a Asus e a Everex, ambas de Taiwan. Dell e Acer não estão dispostas a deixar que empresas emergentes fiquem com esse mercado para elas. A Hewlett-Packard entrou nesse ramo com um híbrido de notebook e netbook chamado Mini-Note.
Nos próximos meses, alguns fabricantes devem apresentar os "net-tops", as versões de computadores desktop com preços menores, projetados para acessar a internet. Para analistas industriais, a emergência dessa nova classe de máquinas, aliada à tendência de nuvens computacionais, nas quais os dados são gerenciados e armazenados em servidores distantes, pode ameaçar titãs como a Microsoft e a Intel, ou mesmo a HP e a Dell, por terem construído suas empresas a partir da noção de que os consumidores desejam mais potência e funções em seus futuros computadores. Alguns fabricantes resistem.
A Fujitsu disse acreditar que a tendência dos notebooks com preços mais acessíveis pode ter um efeito perigoso sobre os rendimentos das empresas. "Nós não pretendemos competir com Asus", afirmou Stan Glasgow, executivo-chefe da Sony Electronics.
O Eee PC, da Asus, vendeu 350 mil unidades; o Cloudbook, da Everex, 20 mil. Isso representa uma gota de água no oceano, comparado aos 271 milhões de desktops e laptops comercializados globalmente no ano passado. Mas há um debate intenso sobre as proporções que essa linha pode assumir.
A consultoria IDC prevê que as vendas podem crescer de pouco mais de 500 mil, em 2007, para 9 milhões, em 2012. A Microsoft tem participado de maneira relutante desse mercado. Embora não venda mais o Windows XP, abriu uma exceção para os laptops e os desktops de baixo custo.


Tradução de FABIANO FLEURY DE SOUZA CAMPOS


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