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Evite excessos com tocador de MP3
DA REPORTAGEM LOCAL
Os fones de ouvido são fontes
de problemas, não só de diversão. Também por isso, os problemas auditivos, como perda
de audição e zumbido, antes tão
relacionados às pessoas mais
velhas, começam a se tornar
mais comuns entre jovens.
"Nos últimos três anos, cresceu
em 20% a procura de gente
com 20 anos ou menos ao nosso grupo", diz Tanit Ganz Sanchez, livre-docente da Faculdade de Medicina da USP, responsável pelo grupo Zumbido
(www.zumbido.org.br).
Ela diz que três fatores relacionados aos fones são potencialmente danosos ao aparelho
auditivo. "Os sons vão direto ao
tímpano, não há dispersão; há o
uso bastante contínuo dos tocadores; e o volume médio de
cada marca de tocador, conforme uma pesquisa realizada nos
EUA, já é o suficiente para lesar
o ouvido, e as pessoas usam acima dessa potência." Para ela, as
empresas deveriam se preocupar em fazer aparelhos com o
volume médio mais baixo.
Prevenção
A professora ainda cita outra
questão. "Os usuários mais ativos dos tocadores pertencem a
uma classe da humanidade que
não acredita em prevenção: o
adolescente."
Para se prevenir de problemas auditivos, Ganz dá algumas sugestões. Primeiro, é importante que o som não esteja
vazando, ou seja, a música não
deve ser escutada por quem está próximo ao usuário.
Segundo ela, também não se
deve ficar com os fones mais do
que uma hora. A professora diz
que não há um período de descanso mínimo, mas sugere, pelo menos, meia hora. "Cada um
tem sua sensibilidade, não há
um estudo que defina isso. Mas
todos estão sujeitos a problemas, quanto maior for a exposição. Tem gente que vai na balada uma vez e se sente mal, tem
quem vá toda semana e não relata problemas", exemplifica.
Outra coisa que deve ser evitada é tentar abafar o ruído externo em ambientes barulhentos, aumentando o volume do
tocador.
Tanit Ganz Sanchez diz que é
freqüente, para quem está exposto a ruídos de forma danosa,
sintomas como dor de cabeça,
insônia e até irritabilidade, durante o uso ou logo após a exposição. "Na hora em que aparecem os sintomas ou o próprio
zumbido, qualquer um deve
procurar ajuda."
No telefone
A professora diz que o volume no telefone normalmente
não é danoso. "E é difícil ficar
mais de uma hora no aparelho",
lembra.
Mas ela adverte que, nos celulares, a fonte de danos pode
ser outra. "Não há pesquisa que
comprove, mas ondas eletromagnéticas podem afetar. Uma
coisa é fato: há queixas de o
aparelho celular esquentar durante o uso. Se isso acontece, eu
digo para afastar o telefone da
orelha, arrumar uma solução,
como o fone de ouvido de telefone."
(GVB)
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