DA REPORTAGEM LOCAL

John Biggs é o principal editor do Gizmodo (www.gizmodo.com), um site que, apesar de ter a estrutura de um blog, é uma bíblia do consumo digital. Parte do badalado grupo de páginas da Gawker Media, o diário tem versões diferentes para nove países, uma legião de leitores e a fama de mostrar os eletrônicos mais curiosos e modernos antes dos grandes veículos especializados. Em entrevista à Folha, Biggs falou sobre os aparelhos caros que já viu e sobre os que espera ver no cada vez mais luxuoso mundo digital. (JB)
 

FOLHA - Qual é o eletrônico mais caro do mundo?
JOHN BIGGS - Essa resposta muda todas as semanas. As coisas ficam mais insanas a cada momento. Um exemplo que posso citar é um telefone desenhado pela GoldVish Gueit, que apareceu na última semana. Ele foi apelidado de celular de US$ 1 milhão.

FOLHA - Há mercado para esse tipo de produto?
BIGGS - Eles são apenas maneiras de chamar a atenção para uma marca. São como os carros de F1 para as montadoras: não têm nada a ver com os modelos vendidos nas lojas.

FOLHA - O que você acha dos celulares feitos por estilistas?
BIGGS - Bem, se é isso que você procura, eles são uma boa maneira de ter tecnologia em uma bela embalagem. Um bom design é tudo o que algumas empresas têm. Por isso, precisam investir nisso.

FOLHA - O iPod era considerado artigo de luxo. Agora, há quem pense que ele é popular demais. Esse é o destino de todos os eletrônicos da moda?
BIGGS - Certamente. O iPod já não é mais um produto topo de linha, é um lugar-comum. Foi assim com os tocadores de CD, com as câmeras de 35 mm e com a televisão. Hoje, qualquer um tem uma TV enorme, som surround e laptops fantásticos. O que é restrito hoje amanhã vai saturar o mercado.

FOLHA - O consumidor acha o design mais importante do que a performance e o preço?
BIGGS - Sim. Não quero saber se o laptop tem 2 GHz. Quero algo que tenha boa aparência. Até as fabricantes de chips já adotaram essa idéia.


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