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Web conquista Festival de Cannes
CRISTIANE BARBIERI
ENVIADA ESPECIAL A CANNES
A internet já conquistou posto de honra no mundo publicitário, como mostram as campanhas que tiveram destaque no
Festival Internacional de Publicidade de Cannes, realizado
na semana passada.
A campanha Uniqlock, que
ganhou o prêmio máximo do
festival, o chamado Titanium
Grand Prix, por exemplo, foi
criada para a rede de lojas de
roupas japonesa Uniqlo. Começou como um ícone do site, que
usa bailarinas com roupas da
marca como partes de um relógio. A coreografia e os modelos
mudam a cada cinco segundos,
para marcar as horas da região
do mundo que se queira.
A campanha, que já tinha levado um Grand Prix para internet em Cannes, ganhou tamanha popularidade, com mais de
27 mil widgets colocados em
blogs em 68 países diferentes,
que a marca tornou-se popular
mesmo onde não tem lojas.
Numa campanha para o canal HBO, uma projeção feita
numa parede lisa de um prédio
mostrava a vida dentro de apartamentos de ficção, como no
filme "Janela Indiscreta". Nova-iorquinos começaram a seguir as vidas dos personagens
com binóculos, acompanhá-las
na internet, discutir em blogs e
comunidades virtuais e, finalmente, puderam assistir ao
programa "Voyeur", no HBO.
Outra tendência da comunicação trazida pela tecnologia é
o maior poder dado ao consumidor. O jornal "The India Times" conclamou os indianos,
num anúncio impresso em sua
capa, a agir para mudar o país
durante as comemorações dos
60 anos da independência. As
sugestões deveriam ser mandadas para o site do jornal.
O movimento foi tamanho
que surgiram blogs, programas
de TV, anúncios espontâneos
com celebridades e candidatos
que se voluntariavam a virar líderes políticos do país. Houve
até uma eleição com mais de
100 milhões de votos por SMS
para escolher esses líderes. Um
deles pode vir a ser o próximo
primeiro-ministro da Índia.
Outra campanha que só foi
feita por causa da tecnologia
atual foi a criada para o fundo
de pensão sueco AMF. Atuando
numa área árida, num país onde o Estado garante a sobrevivência na velhice, a empresa
queria conquistar os jovens.
Para isso, fez filmes de TV
com pessoas famosas que eram
envelhecidas por computador.
Criou depois um endereço digital no qual recebia fotos do rosto das pessoas comuns. Alguns
minutos depois, mandava-as de
volta por computador ou celular, só que, agora, envelhecidas
em imagens de alta qualidade.
Mais de 300 mil pessoas mandaram suas fotos.
A produção de conteúdo e a
interação com o consumidor
também ganharam outra dimensão a partir dos banners
publicados pelo jornal norueguês "Scandinavia Online".
Redatores entram nos banners e destacam alguns pontos
das notícias -geralmente de
maneira mais leve e bem-humorada- em um formato pouco usual. Os comentários aparecem com próprias letras e desenhos, porque são feitos num
tablet PC.
Havia ainda inúmeros painéis, workshops e anúncios feitos para os países onde a internet por celular também já é
uma realidade.
Uma delas mostrava o dia de
um telefone celular na Coréia
do Sul: de despertador a rádio
para embalar o sono, funcionando também como TV, computador e até companheiro.
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