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reportagem de capa
Escolas usam games e blogs para ensinar
INTERAÇÃO >> Para conseguirem mais atenção, instituições se aproximam da tecnologia; pais assistem a eventos pela rede
DA REPORTAGEM LOCAL
O método de ensino tradicional, em que o professor explica
e o aluno anota, perde espaço
diante dos recursos da comunicação digital.
Para conseguirem a atenção
das crianças, instituições de ensino se adaptam à realidade do
seu público-alvo, acostumado,
desde cedo, a ter acesso a ferramentas tecnológicas.
Desde o ano passado, alunos
do sexto ao nono ano do Colégio Santa Maria, em SP, têm a
opção de participar da oficina
de criação de games, que é oferecida como atividade extra.
"A gente desenvolve pequenos jogos para computador. A
idéia é usar o interesse que o
aluno já tem nesse tipo de atividade para desenvolver alguns
conceitos importantes no sentido pedagógico", afirma o professor de informática Muriel
Vieira Rubens, 27.
"Os alunos estudam conceitos de física, como velocidade e
gravidade, para construir personagens. E, também, têm noções de arte, como sombra e
luz, para construir cenários."
Criador
"Totalmente viciado em games", como diz, Felipe Coutinho, 12, aluno do sétimo ano do
Santa Maria, aproveitou a oficina para aprender a fazer jogos,
e não apenas brincar com eles.
"Criei um game de hóquei para
a Olimpíada. Tive que fazer
programações e aprender muito inglês, porque o programa
estava nessa língua."
O garoto tomou gosto pela
atividade e já criou vários games de ação e corrida. "Dá para
aprender muito, mais do que na
sala de aula", diz.
Estimulada pela professora
Veronice Leal, 43, do quinto
ano do Colégio Santa Maria,
Isabella Perez, 10, resolveu
criar um blog (www.isabellaperez.blogspot.com).
"Coloco dicas de passeio, jogos, notícias, coisas que aprendo na escola. Acho legal ter blog
porque você posta o que gosta,
para todo mundo saber", diz.
A professora Veronice usa a
ferramenta (www.quintoanotarde.blogspot.com) para estimular o debate sobre assuntos tratados em sala de aula.
"Os alunos acompanham melhor o que acontece, enviam dicas, exercitam a escrita. E os
pais também sabem mais sobre
o que os filhos estão aprendendo", afirma.
Ao vivo
Para atender aos pais que
nem sempre podem acompanhar os eventos de que os filhos
participam, o Colégio Santo
Américo, em SP, faz transmissões pela rede (www.colegiosantoamerico.com.br).
"Com a TV on-line, pais que
moram longe ou viajam muito
podem acompanhar seus filhos. Na transmissão mais recente, tivemos pais que viram
os filhos do México, da Guatemala, do Chile", diz Rudolf Riederer, 61, gerente de tecnologia
da informação do colégio.
Para Lucas Rojo Rodrigues,
15, aluno do Santo Américo, a
transmissão é positiva porque
divulga um trabalho, antes restrito à sala de aula, para todo o
mundo.
"Quando você debate e sabe
que aquilo está na internet,
presta mais atenção", diz o estudante.
(DANIELA ARRAIS)
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