São Paulo, domingo, 03 de outubro de 2004

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ANTROPOLOGIA

por Eduardo Viveiros de Castro

The Invention of Culture
[A Invenção da Cultura], de Roy Wagner 1975, segunda edição revista: 1981 Obra à frente de seu tempo, original e estranha, conceitualmente inovadora, que deu à "antropologia simbólica" americana uma radicalidade teórica inesperada. Wagner, professor na Universidade de Virginia (EUA), prosseguiu a elaboração de sua teoria geral da cultura em vários livros posteriores; mas este é o clássico.

Gifts and Commodities
[Dons e Mercadorias], de Chris Gregory 1982 Estudo de antropologia econômica que desenvolve uma interessante teoria marxista da relação entre o dom e a mercadoria como formas elementares da relação entre pessoas e coisas. Guardadas as proporções, trata-se de um análogo antropológico do clássico de Piero Sraffa, no qual, aliás, ele se inspira. Gregory formou-se na Universidade de Cambridge e ensina hoje em seu país natal, a Austrália.

The Gender of the Gift
[O Gênero do Dom], de Marilyn Strathern 1988 Possivelmente o livro de antropologia mais importante e influente do último quarto de século, articulando questões de epistemologia intercultural, política da interpretação, teoria e prática do gênero e economia política, a partir de uma discussão da etnografia melanésia. Uma obra-prima complexa, tortuosa, de leitura difícil. Marilyn Strathern, catedrática da Universidade de Cambridge, é certamente o maior nome em atividade dentro da disciplina.

Art and Agency
[Arte e Ação], de Alfred Gell 1997 Estudo que relançou em novas bases a antropologia da arte, propondo uma abordagem ao mesmo tempo "anti-estética" e não-sociologista da arte, inspirada em leitura original da teoria dos signos indiciais de Peirce. Gell, leitor de antropologia na London School of Economics, morreu em 1996.

The Perception of the Environment
[A Percepção do Ambiente], de Tim Ingold 2000 Coletânea de ensaios do professor da Universidade Aberdeen (antes na Universidade de Manchester), crítico veemente das atitudes naturalistas e positivistas em antropologia, proponente de uma antropologia fenomenológica que rediscute e redefine os conceitos de ambiente, cognição, hominização, animalidade etc. Ingold é um excelente polemista e um personagem influente na antropologia britânica contemporânea.
Eduardo Viveiros de Castro é antropólogo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, autor de "A Inconstância da Alma Selvagem" (ed. Cosacnaify), "Amazônia" (Edusp), entre outros.

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