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São Paulo, domingo, 04 de maio de 2003

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ET + CETERA

Documentário como espiritismo
A vizinhança entre necromancia, espiritismo e montagem cinematográfica é evocada pelo crítico e cineasta argentino Edgardo Cozarinsky para analisar o filme "Yo No Sé Qué Me Han Hecho Tus Ojos" (dirigido por Sergio Wolf e Lorena Muñoz), em artigo para o jornal "Página 12". O filme associa documentário e ficção ao seguir as pegadas de Ada Falcón, uma glória perdida do tango dos anos 30 e, segundo Cozarinsky, inscreve-se no que há de mais audaz do cinema atual.

Dom Quixote, Hamlet e Harold Bloom
Analogias esclarecedoras entre Cervantes e Shakespeare auxiliam o crítico Harold Bloom, em artigo recente para "El País", a desvendar o objeto da busca do cavaleiro da triste figura: "Dom Quixote está em guerra com o princípio de realidade de Freud, que aceita a necessidade da morte. Mas não é nem um tonto nem um louco: vê o que nós vemos, mas vê também algo mais, uma possível glória da qual deseja apropriar-se. Unamuno chama essa transcendência de fama literária", afirma.

Literatura fast food ou à la carte?
A indústria editorial tem muito a aprender com a gastronômica, defende o ensaísta e poeta alemão Hans Magnus Enzensberger, e os gourmets tendem a pagar pela excelência da literatura que consomem. "Até onde sei, a produção de livros é o único negócio no qual um hambúrguer custa tanto quanto um filé mignon. Qualquer cálculo normal mostra que isso não pode continuar. Um mercado segmentado exige preços segmentados, idéia com que temos de nos acostumar", afirma.


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