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a moda por...
Charles Baudelaire "A moda, pois, deve ser considerada como um sintoma do gosto pelo ideal subsistente no cérebro
humano acima de tudo aquilo que a vida natural acumula
de grosseiro, de terreno e de imundo, como uma deformação sublime da natureza ou, antes, como uma tentativa permanente e sucessiva de reforma da natureza. Assim, já foi observado sensatamente -mas sem que se descobrisse a
razão- que todas as modas são charmosas, quer dizer, relativamente charmosas, cada qual sendo um esforço novo,
mais ou menos feliz, rumo ao belo, uma aproximação qualquer de um ideal de que o desejo instiga sem cessar o espírito humano insatisfeito."
("O Pintor da Vida Moderna")
Georg Simmel "As classes e os indivíduos inquietos, impelidos à mudança, reencontram na moda a forma de mudança
e contraste da vida, a velocidade de seus próprios movimentos psíquicos."
("A Filosofia do Dinheiro")
Marcel Proust "Ela trazia agora vestidos mais leves, ou pelo
menos mais claros e descia a rua onde, como se já fosse primavera, em frente das lojas estreitas intercaladas nas vastas
fachadas de velhas casas aristocráticas, no terraço da leiteira, frutas, legumes e cortinas, se estendiam ao Sol. Eu ficava
imaginando que a mulher que eu via passar ao longe, abrindo a sombrinha, atravessando a rua era, na opinião dos peritos, a maior artista atual na arte de realizar esses movimentos e transformá-los em uma coisa deliciosa. Ignorante dessa reputação esparsa, ela prosseguia e o corpo estreito, refratário, que nada havia absorvido, arqueava-se obliquamente
sob uma echarpe de seda violeta; os olhos claros e enfastiados olhavam para a frente distraídos e talvez me tivessem
visto; ela mordia o canto do lábio; eu a observava endireitar
o regalo, dar esmola a um pobre, comprar um maço de violetas de uma vendedora, com a mesma curiosidade que teria
olhando um grande pintor dar pinceladas. E, quando passando por mim, ela fazia um cumprimento ao qual se ajustava, às vezes, um leve sorriso, era como se tivesse executado, acrescentando-lhe a dedicatória, a obra-prima de uma
aguada."
("O Caminho de Guermantes")
Honoré de Balzac "O homem que no mundo só enxerga a
moda é um tolo: a vida elegante não exclui o pensamento
nem a ciência: ela os consagra."
("Tratado da Vida Elegante")
Roland Barthes "[...] de um lado, a língua da Moda não emana da "massa falante", mas de um grupo de decisão, que elabora voluntariamente o código, e, de outro lado, a abstração inerente a qualquer Língua está aqui materializada sob a forma da linguagem escrita: o vestuário de moda (escrito) é
Língua no nível da comunicação indumentária e Fala no nível da comunicação verbal."
("Elementos de Semiologia")
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