São Paulo, domingo, 12 de maio de 2002 |
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+ poema Canção do Exilado
de José Almino Se eu voltar a lamber as botas do passado, Se eu voltar a chorar a memória da memória: que me seque a mão direita! Quando o teu calor vier pelo vento tardio, deste verão tão puro e corromper o meu tato; e o roçar da tua nuca, me fizer tremer. Se eu assobiar a tua mínima canção, se eu procurar a tua boca e o ruído das tuas ruas estrangular o meu coração: que me cole a língua ao paladar! Ó devastadora filha de Babel, feliz quem devolver a ti o mal que me fizeste! Não pedirei mais perdão às virtudes do passado. Repetirei, em desassombro se eu lembrar de ti, Jerusalém com os que diziam: "Arrasai-a! Arrasai-a até os alicerces!" José Almino é poeta, autor de "O Motor da Luz" (ed. 34). Araken Hipólito da Costa é artista plástico. Está lançando neste mês "Araken - A Trajetória do Artista" (ed. SoraiaCals), com texto de Geraldo Edson de Andrade. Texto Anterior: José Simão: Excepcionalmente hoje a coluna de José Simão não é publicada Índice |
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