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O Ano Novo gélido de Andersen
Nesta história do dinamarquês Hans
Christian Andersen (1805-75), uma menina, de pés no chão e cabeça descoberta,
caminhava pelas ruas numa noite gelada. Dentro de um velho avental carregava alguns fósforos. Ninguém lhe comprara nenhum naquele dia. Luzes brilhavam em todas as janelas, e enchia o ar
um delicioso cheiro de ganso assado,
pois era véspera de Ano Novo. A menina
sentou-se em uma esquina. Suas mãos
estavam duras de frio. Para aquecê-las,
acendeu um fósforo, que logo se apagou.
Ela via as luzes como se fossem estrelas
no céu, e uma delas caiu. "Alguém está
morrendo", pensou, lembrando-se das
palavras da avó morta. Ela riscou outro
fósforo e a avó lhe apareceu clara e luminosa. "Vovó!", exclamou, "leva-me contigo! Sei que desaparecerás quando o fósforo se apagar." Na esquina das duas casas, ficou sentada a menina que a morte
enregelara na última noite do ano.
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