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Lucro da Apple cai pela 1ª vez em dez anos
Empresa vive incertezas sobre lançamentos
A Apple viu seu lucro cair pela primeira vez em dez anos. A gigante de tecnologia de Cupertino, Califórnia, lucrou US$ 9,5 bilhões no segundo trimestre de seu ano fiscal, terminado em 30 de março, ante US$ 11,6 bilhões um ano antes (-18%).
A queda no lucro era esperada pelo mercado. Mas o balanço não trouxe só más notícias. O faturamento ficou acima das expectativas: US$ 43,6 bilhões --ante uma previsão de US$ 42,3 bilhões. Ainda assim, o crescimento de 11% na receita foi o menor desde 2009.
Além disso, a companhia vendeu 19,5 milhões de iPads no período, uma alta de 65%, sob impulso da versão mini. O aumento na venda de iPhones foi mais modesto: 6,6% (37,4 milhões de unidades).
Para compensar a notícia da primeira queda do lucro na história recente, a empresa anunciou que pretende dobrar o volume de dividendos aos acionistas, medida que será atingida com a emissão de dívidas.
As ações perderam mais de um terço do valor desde setembro, quando ultrapassou os US$ 700.
Ontem, os papéis se recuperaram um pouco: subiam 5,6% na negociação após fechamento do mercado, para US$ 428,70.
A queda no valor nos últimos meses --que levou a companhia a perder para a petroleira ExxonMobil o título de empresa mais valiosa do mundo-- se deve às incertezas quanto à sua capacidade de surpreender com lançamentos inovadores e fazer frente ao crescimento de concorrentes como a Samsung e o Android, sistema operacional do Google.
SEM NOVIDADES
A companhia, presidida por Tim Cook desde a morte do cofundador Steve Jobs, parece não ter nenhuma grande novidade para lançar antes do verão (no hemisfério Norte), a julgar pelas projeções de crescimento apresentadas ontem.
A empresa estima uma receita de US$ 33,5 bilhões a US$ 35,5 bilhões para o próximo trimestre.
Se confirmada, será a primeira retração de faturamento desde 2003.