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Vaivém das commodities
MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br
Vendas de máquinas se mantêm aquecidas
A supersafra de soja já está chegando ao final, mas as vendas de máquinas e de implementos agrícolas continuam aquecidas.
As indústrias do setor colocaram 6.055 tratores nas redes de revendas no mês passado, uma quantidade fora do normal para o período, segundo o mercado.
Em 2012, as vendas de abril tinham se restringido a 4.654 unidades, uma quantidade próxima à do mesmo mês do ano imediatamente anterior: 4.751 unidades.
A safra recorde de grãos continua puxando também as vendas de colheitadeiras, que somaram 511 unidades no mês passado. Esse patamar é inferior à média do primeiro trimestre, mas supera em 72% o de abril de 2012.
A comercialização de máquinas e de equipamentos ficou aquecida durante todo o primeiro quadrimestre deste ano. As indústrias venderam 20,5 mil tratores até o final de abril, 28% mais do que de janeiro a abril do ano passado.
O ritmo de vendas de colheitadeiras é ainda mais acentuado. O mercado brasileiro absorveu 3.043 unidades no ano, um avanço de 58% ante 2012. Essa busca por máquinas ficou clara na Agrishow deste ano, quando as negociações somaram R$ 2,6 bilhões na feira.
Desse volume, pelo menos 80% foram de propostas de financiamentos de máquinas e de caminhões voltados para a agricultura, segundo a organização do evento.
Houve coincidência de safra recorde de grãos e de moagem de cana de 590 milhões de toneladas no centro-sul, o que puxou as vendas.
As taxas reduzidas de juros adotadas pelo governo e o foco dos bancos voltado para esse setor também foram decisivos para o aumento das vendas.
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Cana
Cenário deve melhorar nos próximos dois anos
O setor sucroenergético deve melhorar em dois anos. Além de fatores de mercado, o próprio governo já atribui mais importância a ele. A avaliação é de Marcelo Vieira, diretor da Adecoagro, grupo que tem três usinas, duas delas em Mato Grosso do Sul. George Soros é o maior investidor individual do grupo.
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Plantio O Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou ontem os novos dados de plantio no Meio-Oeste norte-americano. Os produtores conseguiram colocar semente em 12% da área que será destinada ao milho. A média dos últimos cinco anos é de 47% para esse período.
Soja O plantio da oleaginosa também está atrasado, segundo o Usda. Foram semeados 2% da área, bem abaixo dos 12% atingidos nesse período, segundo a média de cinco anos.
Iowa A situação no principal Estado produtor do país ainda é complicada. O plantio de milho atinge 8%, bem abaixo da média de 56% em cinco anos. No caso da soja, o plantio, que tem média de 10% em cinco anos, ainda não foi iniciado.
Melhora O clima deve melhorar, facilitando o plantio nos próximos dias, segundo Daniele Siqueira, da AgRural. Chove menos e o clima deve esquentar, após as baixas temperaturas registradas nas últimas semanas.
Em queda A arroba de boi já recuou para R$ 98,50 no noroeste do Estado de São Paulo, segundo cotação da Informa Economics/FNP. Esse valor é 1,5% inferior ao de há sete dias.
Reflexo A possível melhora de cenário para o plantio de grãos nos Estados Unidos derrubou os preços das commodities agrícolas na Bolsa de Chicago ontem. O primeiro contrato do milho caiu 3%. O da soja recuou 1%.
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DE OLHO NO PREÇO
COTAÇÕES
Chicago
Soja
(US$ por bushel)14,45
Milho
(US$ por bushel)6,79
Nova York
Açúcar
(cent. de US$)*17,81
Algodão
(cent. de US$)*85,31
*por libra-peso