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Futebol é novo alvo de disputa entre Abilio e Casino

Empresário é contra a venda de dois times que pertencem ao Pão de Açúcar

Grêmio Osasco, de conselheiro do Bradesco, deve enviar proposta; Nacional também tem interesse

JULIO WIZIACK DE SÃO PAULO

A disputa entre Abilio Diniz e os controladores do Pão de Açúcar, o grupo Casino, chegou ao futebol. Hoje será discutida na reunião do conselho a venda do Audax, clubes da empresa que têm sedes no Rio e em São Paulo.

Os clubes custam R$ 30 milhões anualmente ao Grupo Pão de Açúcar.

A Folha apurou que o Grêmio Esportivo Osasco é o que está mais próximo de entregar sua proposta. Ela será feita por Mário Teixeira, conselheiro do Bradesco e presidente do clube.

Devido a Teixeira, O Grêmio Osasco treina no campo do Bradesco, na Cidade de Deus, sem pagar por isso.

Por meio de sua assessoria, a instituição financeira nega qualquer participação no negócio com os Audax e diz que não investe em futebol.

Nos bastidores, pessoas que acompanham as negociações afirmam que o banco investe na formação dos jogadores de base do Grêmio Osasco, o que permitiria descontos de Imposto de Renda. O banco também nega a informação.

Por meio da assessoria do Bradesco, Mário Teixeira disse que o Grêmio Osasco não iria se pronunciar.

Ainda segundo apurou a reportagem, ele estaria disposto a desembolsar cerca de R$ 30 milhões pelos Audax (R$ 5 milhões abaixo do pretendido inicialmente pelo Pão de Açúcar), levando a estrutura de formação de atletas de base, o direito de ficar com jogadores e metade dos direitos de Paulinho, emprestado pelo Audax ao Corinthians.

O jogador da seleção brasileira está sendo negociado a um time europeu por R$ 57,5 milhões. Além disso, o Audax tem R$ 2,5 milhões em receitas pelos direitos de transmissão de jogos no Rio e em São Paulo, valor que saltará para R$ 3,5 milhões, em 2014. Os dois Audax jogam na primeira divisão estadual.

A outra opção do Grêmio Osasco seria adquirir só a vaga da primeira divisão, desembolsando por isso entre R$ 5 milhões e R$ 8 milhões.

O Grêmio Osasco disputa a segunda divisão do Campeonato Paulista. Com o negócio, passaria à primeira divisão.

O Nacional Atlético Clube, que disputa a quarta divisão do Paulista, também está interessado no Audax, mas não formalizou uma proposta. A ideia é comprar a vaga.

Os contatos com os interessados estão sendo feito por uma empresa, a IGC Partners, contratada pelo Pão de Açúcar para buscar compradores.

NEGÓCIO À PARTE

O empresário Abilio Diniz cobrará detalhes dessas negociações na reunião de conselho. Aficionado por futebol, ele é contrário à venda, em um novo ponto de controvérsia com o grupo francês Casino, para quem vendeu o controle do Pão de Açúcar.

O exercício do controle pelos franceses só foi efetivado em junho de 2012 e, pelo acordo, Abilio tem a presidência vitalícia do conselho de administração.

A nova gestão não considera o Audax um projeto social, mas, sim, um time profissional, que exige investimentos e gestão específica.

Abilio discorda e argumentará que o Audax se tornará autossustentável em 2015, pagando seus custos anuais com a receita de direitos de jogadores e de imagem.

Na reunião, Abilio também questionará o patrocínio do Casino, na França, a um projeto de educação e formação de jogadores de futebol.

O Casino dirá que apoia um programa educacional ligado ao futebol, mas os times são amadores.

Os franceses consideram que o Audax tornou-se um negócio à parte e que consome dois terços dos investimentos do grupo em programas sociais. Criado em 2004, como projeto social, o Audax cresceu na formação de jogadores, que são obrigados a estudar, e até aprender inglês, se quiserem jogar futebol.

Sob o comando de Fernando Solleiro, o time saltou para a primeira divisão em menos de cinco anos.


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