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Produção de veículos é recorde no semestre
Montadoras fabricam 18% mais unidades; exportação surpreende e também sobe 18%
Com o mercado repleto de lançamentos, importações em queda e as vendas ao exterior ganhando força, as montadoras alcançaram um volume recorde de produção no primeiro semestre.
Foram fabricadas 1.856.805 unidades no período, número 18,1% superior a igual período do ano passado.
O desempenho permanece acima da previsão das montadoras para o ano, de crescimento de 4,5%, mas deve perder força a partir deste mês, quando os volumes passarão a ter como base de comparação dados mais fortes.
No início do ano passado, o setor sofria uma crise de crédito que afetou os negócios e acumulou estoques, obrigando o governo a anunciar a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) em maio. Os números voltaram a subir a partir de junho.
Por esse motivo, a Anfavea (associação das montadoras) prefere cautela e mantém a previsão para o ano.
Uma revisão deve ser feita nos dados de exportação, que surpreenderam positivamente no primeiro semestre.
O avanço de 18,1% no período pode ser atribuído à alta do dólar e ao crescimento nos principais mercados.
"São números expressivos. Não refletem a melhora da competitividade. Refletem o crescimento nos mercados compradores", diz o presidente da Anfavea, Luiz Moan.
NOVA TENDÊNCIA
A previsão inicial da entidade era de mais um ano de queda nas vendas externas. A nova projeção sinalizará uma tendência de crescimento. "Sem dúvida, [a revisão] será para cima", diz Moan.
O mercado interno vem sendo puxado sobretudo pelo bom desempenho da safra de lançamentos, que ajudaram as vendas a alcançar nível recorde, de cerca de quase 1,8 milhão de unidades.
Trata-se de um volume 4,8% maior e influenciado também pelo desempenho dos caminhões.
Os veículos comerciais acumulam uma alta de 21,2% no período.
"Temos que ressaltar o desempenho dos caminhões. É bem de capital, que significa investimento na economia", afirma Moan.
A previsão para os veículos pesados também deve ser revisada pela montadora.
Apesar do recorde no semestre, os estoques subiram. de 36 para 39 dias. Moan atribui a alta às manifestações que tomaram conta do país e afetaram as vendas na segunda quinzena do mês, além da oferta maior de modelos.
"Esse é um fator que não podemos descaracterizar como importante", diz Moan. (GABRIEL BALDOCCHI)