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Vaivém das commodities
MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br
Exportação do agronegócio perde ritmo
A evolução da população mundial e o crescimento econômico na última década, principalmente nos países emergentes, colocaram o Brasil em uma posição de destaque no cenário internacional do agronegócio.
A rápida ascensão brasileira tirou fatia de mercado de outros concorrentes, como os Estados Unidos. As políticas econômicas nacionais, os custos de produção e os efeitos dos gargalos logísticos começam a fazer com que o país perca espaço para outros países.
Na primeira metade dos anos 2000, os Estado Unidos, um dos principais participantes do mercado internacional no setor de agronegócio, patinavam. Já o Brasil despontava como imbatível devido a custos, oferta de terra, água e produtividade.
As estatísticas de comércio exterior dos dois países indicam que os EUA tiveram uma evolução média anual de 5,6% nas exportações de 2000 a 2006, bem inferior à do Brasil, que foi de 16%.
De 2007 para cá, no entanto, os Estados Unidos aumentam a presença no mercado externo, com evolução média anual de 12,2% nas exportações. A taxa do Brasil caiu para 11,7%.
O sinal mais forte vem das importações. Praticamente estáveis na primeira metade da década passada, as compras externas brasileiras no setor do agronegócio crescem a uma taxa média anual de 16% nos últimos anos. A dos Estados Unidos se mantém em 8% no período.
A diferença básica entre as duas economias é que os norte-americanos convivem bem com as importações porque têm um leque muito grande de produtos para vender, de grãos a processados.
No caso do Brasil, as exportações crescem e estão baseadas em matérias-primas como soja, milho e açúcar. Já as importações se concentram em produtos mais elaborados, como lácteos.
A concentração nacional da produção em poucas culturas -soja e milho têm 87% do total dos grãos- faz com que aumente a lista dos importados pelo Brasil.
Essa lista vai de feijão a trigo, produtos que cedem área de plantio para a dobradinha soja e milho, principalmente no Sul do país. Mesmo assim, a exportação do agronegócio, ao somar US$ 96 bilhões por ano, dá alívio às contas externas brasileiras.
Os números As exportações norte-americanas do agronegócio somaram US$ 141,3 bilhões em 2012, enquanto as importações atingiram US$ 102,9 bilhões, conforme dados do Usda (Departamento de Agricultura).
Brasil As vendas externas brasileiras no setor do agronegócio foram a US$ 95,8 bilhões em 2012, valor próximo do de 2011, quando as exportações haviam atingido US$ 95 bilhões.
Compras Apesar do crescimento recente, os gastos com importações brasileiras no setor de agronegócio somaram US$ 16,4 bilhões no ano passado, ainda distantes das receitas com as exportações, segundo dados do Ministério da Agricultura.
Brasil x EUA As exportações norte-americanas de alimentos para o Brasil caíram para US$ 515 milhões no ano passado, 35% menos do que em 2011.
Compras Já as importações feitas no Brasil pelos EUA recuaram 16%, para US$ 3,41 bilhões no período.
Carnes 1 As exportações brasileiras no setor de avicultura somaram 2,7 milhões de toneladas até agosto, ao valor de US$ 5,8 bilhões. Os dados são da Ubabef, que aponta queda de 2,6% no volume, mas alta de 7,4% nas receitas.
Carnes 2 As vendas externas de carne bovina subiram para 944 mil toneladas nos oito primeiros meses, 21% mais do que em 2012. A receita, ao somar US$ 4,2 bilhões, subiu 14,1%.
DE OLHO NO PREÇO COTAÇÕES
Londres
Petróleo
(US$ por barril) 108,19
Cobre
(US$ por tonelada) 7.057
Nova York
Açúcar
(cent. de US$)* 16,79
Algodão
(cent. de US$)* 84,77
*por libra-peso