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Temor de racionamento faz crescer busca por sistema de reúso de água

Empresas dizem que demanda por sistema que reduz consumo chegou a dobrar neste ano

Tratada, água pode ser usada para lavagem de pátios e máquinas e para resfriamento de equipamentos

FILIPE OLIVEIRA DE SÃO PAULO

O temor de racionamento, como acontece atualmente na região metropolitana de São Paulo, se tornou uma oportunidade para empresas especializadas na implantação de sistemas de reúso de água faturar.

Companhias como General Water, Água P.U.R.A. e AcquaControll dizem que o aumento na procura foi de 50% a 100% neste ano na comparação com o ano passado.

Manoel de Souza, 47, diretor comercial da Água P.U.R.A., diz que as discussões sobre um possível racionamento fazem com que mais pessoas avaliem a opção.

Uma pesquisa feita pelo Sebrae no fim do ano passado com 2.300 empresários indica que apenas 14,4% das micro e pequenas empresas têm a prática de reutilizar água ou captá-la da chuva.

"Normalmente a gente vai atrás dos clientes, porque o sistema de reúso não é algo em que eles estão pensando. Agora, eles nos procuram para garantir que vão ter sempre água à disposição", resume Fernando Pereira, diretor comercial da General Water.

Quanto mais intenso é o uso de água na atividade da empresa, maior a redução de custos prevista pela implantação do sistema. No caso de lavanderias, a economia pode chegar a 90%, diz Souza.

Para que possa ser reutilizada, a água contaminada passa por um processo que inclui filtragens e uso de produtos químicos. Entre as funções que ela pode ter estão a de descarga em vaso sanitário, limpeza de pátios e resfriamento de máquinas.

O processo de tratamento a ser usado depende de origem e destinação que ela terá.

No caso da lavanderia Alba, de Cuiabá (MT), que instalou o sistema de reúso no fim de 2013, a conta de água passou de R$ 30 mil para R$ 3.000, diz o proprietário Gustavo Malheiros, 39.

Ele conta que gastou cerca de R$ 150 mil com a compra de equipamentos, mão de obra e reformas necessárias.

RESERVATÓRIO

A Mecânica Chiquinho, da cidade de Itaquaquecetuba (SP), tem a chuva como principal fonte de água para lavagem de peças de automóveis e de seu estacionamento.

Francisco Alves, 48, conta que instalou um coletor de água de chuva há cerca de dez anos, depois de prejuízos com seguidos períodos de estiagem. Para isso, colocou duas calhas no telhado que direcionam a água da chuva para um reservatório.

Com a mudança, sua conta passou de R$ 400 ao mês para R$ 100. A instalação custou cerca de R$ 3.500.

Ele conta que, mesmo com poucas chuvas no início do ano, seu reservatório não se esvaziou. "Ficou bem baixo, mas não chegou a faltar. Agora, com mais chuvas, ele já está se normalizando."

A captação de água de chuva, por sua simplicidade, pode beneficiar a maioria dos negócios, diz Luiz Barretto, presidente do Sebrae Nacional. Já a o reúso da água deve ser acompanhado de uma análise de seus custos e benefícios, por depender de um investimento maior.

Sibylle Muller, 54, diretora da AcquaBrasilis, que também realiza instalações, lembra que as empresas devem monitorar a qualidade da água tratada e analisá-la a cada seis meses.


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