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Como invisto no Tesouro Direto? Quais os custos?
A.P.H., DE GUARULHOS (SP)
RESPOSTA DO PROFESSOR WILLIAM EID, DA FGV (FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS) - O Tesouro Direto é uma alternativa muito interessante de investimento. Mas não caiu nas graças dos brasileiros. Temos hoje um estoque de investimentos no Tesouro Direto pouco superior a R$ 10 bilhões, contra R$ 500 bilhões na poupança e R$ 340 bilhões em fundos de investimentos classificados no segmento de varejo.
O Tesouro Direto oferece três tipos básicos de títulos: as NTN-B, indexadas ao IPCA (índice oficial de inflação); as LFT, indexadas à Selic (taxa básica de juros da economia brasileira); e as LTN e NTN-F, que são prefixadas. E com diferentes vencimentos, chegando até 2050. Essas alternativas permitem que o investidor construa uma carteira que o proteja contra os efeitos da inflação, como é o caso dos títulos indexados ao IPCA.
Podemos ir além e imaginar uma diversificação entre os três tipos, de forma a termos uma proteção não só contra a inflação, mas também estarmos preparados para uma alta da taxa de juros, com os títulos indexados à Selic, e também de uma baixa, com os prefixados. As alternativas são inúmeras, principalmente se pensarmos numa diversificação por vencimentos, que nos levará a diferentes níveis de sensibilidade dos títulos em relação a alterações em taxas de juros.
Também é possível construir uma carteira de renda, se forem adquiridos títulos que paguem cupons. Além disso é possível investir quantias pequenas no Tesouro, a partir de R$ 30.
Para investir é preciso se cadastrar numa instituição financeira credenciada. A lista está disponível no site do Tesouro (www.tesouro.fazenda.gov.br). Lá também é possível encontrar os custos associados a cada uma das instituições --algumas não cobram taxa de administração. Além dessa tarifa, há uma taxa de custódia dos papéis pela BM&FBovespa de 0,30% ao ano sobre o valor dos títulos.
O investidor nos títulos do Tesouro Direto também está sujeito a Imposto de Renda, como em toda aplicação de renda fixa. E a alíquota do IR depende do período de permanência no investimento.