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Dívida chega a US$ 26,4 bi, diz especialista em reestruturações
FELIPE GUTIERREZ DE BUENOS AIRESA Argentina tem subestimado o tamanho de sua dívida que não foi renegociada, que deve chegar a US$ 26,4 bilhões, diz o advogado argentino Eugenio Bruno, autor de um livro sobre reestruturações de dívidas.
Bruno trabalha no escritório Garrido Law, que tem como cliente um dos bancos interessados em intermediar o pagamento da dívida que está em litígio. Ele recebeu a Folha na sede do escritório.
Folha - Houve outras negociações de reestruturações de dívida como essa, em que uma parte dos credores ficou de fora e depois derrotou o país na Justiça? Quais os resultados?
Eugenio Bruno - Há casos contra Panamá, Peru, Jamaica, Costa do Marfim. Mas nenhum foi desse tamanho. Em todos o montante era muito baixo. O caso do Peru era de US$ 60 milhões. Não é nada.
Qual o tamanho real dessa dívida? O governo tem dito que são US$ 15 bilhões.
É mais. O montante nominal que ficou fora da reestruturação era de US$ 6,6 bilhões em 2001. Desse total, US$ 4,2 bilhões estavam em Nova York. Em dezembro de 2013, o principal, os juros e as multas punitivas somavam US$ 16,8 bilhões. Na Europa e no Japão há outros US$ 2,4 bilhões de valor de face de 2001. Hoje essa conta está em cerca de US$ 9,6 bilhões. Ou seja, o total é de US$ 26,4 bilhões.
Por que o ministro da Economia, Axel Kicillof, diz U$ 15 bilhões?
Ele calcula o valor aproximado da dívida nos EUA.
O governo pediu suspensão da execução. Em alguma das outras ações isso foi concedido?
Não há antecedentes.
Por que o juiz indicou um mediador?
Entendo que ele tem idade avançada e não tem energia para liderar ou presidir as negociações.
É possível escapar da cláusula que determina que os credores da dívida reformuladas têm direito às ofertas futuras?
Nosso escritório tem um plano para toda a dívida, integramente, mas eu não posso revelar qual é. É negociar com os "holdouts" [credores que não aceitaram o acordo de reestruturação].
Mas isso é o que o governo já fala.
Não está tão claro.