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Mercado aberto
MARIA CRISTINA FRIAS cristina.frias@uol.com.br
Receita de pequena empresa cai 28,5% no ABC
Enquanto o faturamento das micro e pequenas empresas do Estado de São Paulo recuou 6,9% em maio, na comparação com o mesmo período do ano anterior, nas companhias de mesmo porte da região do ABC, a queda chegou a quase 30%.
O resultado negativo no ABC é creditado ao desempenho das montadoras instaladas nas cidades da região --a indústria automobilística brasileira registrou retração de 7,6% nas vendas no primeiro semestre deste ano.
"Uma diminuição já era esperada. O setor automotivo impacta o ABC de maneira muito forte. As empresas dali são fornecedoras das montadoras", diz Letícia Aguiar, consultora do Sebrae-SP.
"O que surpreendeu foi a magnitude da queda, mas isso também é explicado pelo grande crescimento da receita em maio de 2013. A base de comparação era muito alta", acrescenta Aguiar.
A desaceleração do consumo interno e a falta de confiança da população na economia também favoreceram o recuo do faturamento das pequenas e micro empresas do Estado como um todo.
No acumulado deste ano, no entanto, houve uma expansão de 1,4%.
"É um crescimento tão tímido quanto o da economia brasileira", afirma Marcelo Moreira, coordenador de pesquisas do Sebrae-SP.
No segmento das micro e pequenas indústrias, o desempenho tem sido semelhante, segundo o presidente do Simpi (sindicato do setor do Estado de São Paulo), Joseph Couri.
"A queda do faturamento começou no fim do ano passado e é mais acentuada entre os pequenos do que entre os micros. A falta de crédito é um dos problemas."
senhor candidato
DEMANDAS NO ATACADO
A Abad (que reúne atacadistas e distribuidores) vai entregar aos candidatos à Presidência uma pauta que inclui pedidos específicos do setor e também pleitos gerais para a economia.
A associação convidou Dilma Rousseff, Aécio Neves e Eduardo Campos para falarem, em dias diferentes, a empresários e executivos durante a sua convenção, de 4 a 7 de agosto, em Curitiba.
Campos foi o único, até agora, que confirmou presença, segundo a entidade.
"Estamos confiantes na participação dos demais. Não acho que vão perder a chance de falar para um setor que movimenta 5% do PIB", diz o presidente, José do Egito Frota Lopes Filho.
Entre os pedidos, está a desoneração para os representantes comerciais da área (são cerca de 76 mil).
"Também é preciso enxugar a máquina pública e fazer as reformas política e tributária", afirma Lopes Filho, que é dono da distribuidora Jotujé, do Ceará.
PROCESSAMENTO MINEIRO
A Algar Tech, empresa do grupo mineiro Algar, investirá R$ 22 milhões para dobrar a capacidade de processamento e armazenamento de seus três data centers --dois em Uberlândia (MG) e um em Campinas (SP).
O aporte também será utilizado para implementar tecnologias de segurança e novas soluções em nuvem, segundo o presidente da empresa, José Antônio Fechio.
"Deveremos concluir os investimentos até outubro", diz o executivo.
A companhia ainda projeta ampliar sua atuação no exterior. "Nosso crescimento internacional tem se dado de duas formas, tanto por aquisição como organicamente. Temos projetos para outros países e a América Latina é o foco."
No começo deste ano, a empresa comprou a Asyst, multinacional brasileira de TI especializada em service desk que tem unidades na Argentina e no Chile.
Um pouco antes, no fim de 2013, a Algar havia aberto sua primeira filial no exterior, na Colômbia.
"Hoje já estamos com 50 pessoas trabalhando lá. Atendemos clientes brasileiros que têm filiais fora e também abordamos o mercado local", acrescenta.
emprego em ALERTA
O emprego formal no varejo da Grande São Paulo se manteve estável em maio deste ano (-0,02%), na comparação com o mês anterior, segundo pesquisa da FecomercioSP (entidade que representa o setor no Estado de São Paulo).
O acumulado dos cinco primeiros meses de 2014, entretanto, totalizou 13 mil vagas perdidas na região, pior saldo desde 2008.
O segmento de vestuários, têxteis e calçados respondeu pela maior baixa (78% do total de desligamentos no período).
O cenário é um sinal de alerta, reflexo da baixa confiança do empresário, segundo Jaime Vasconcellos, da entidade.
"Maio, que tem o mês das mães, segunda data mais importante para o varejo, teve um desempenho muito ruim."
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