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Vaivém das Commodities

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Grãos afetam leite e custos vão para inflação

A elevação de preços do milho e da soja impõe grandes perdas aos produtores de leite. A conta vai chegar aos consumidores e à inflação.

O custo de produção está acima do valor recebido pelo produto, levando o setor a reduzir a produção, frear investimentos e a aumentar o endividamento.

Pelo menos 40% dos custos dos produtores vêm da alimentação do rebanho. E milho e farelo de soja têm grande peso nessa composição, segundo Aline Barrozo Ferro, pesquisadora do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Cálculos do Cepea indicam que os custos de julho já superavam em 13% os de igual mês do ano passado. As novas pesquisas devem indicar uma variação ainda maior, já que os grãos ainda sobem.

Francisco Vilela, diretor da SNA (Sociedade Nacional de Agricultura) estima que os custos já estejam com alta de 25% neste ano.

"O pior é que não existem perspectivas de melhora no curto prazo", afirma Aline. Não se sabe ainda o quanto esses custos vão afetar a produção, mas certamente haverá oferta menor de leite, diz ela.

Jorge Rubez, presidente da Leite Brasil, diz que os produtores vão pisar no freio na produção, já que recebem R$ 0,85 por litro de leite, mas o custo de produção é de R$ 0,90 na média nacional.

Uma das saídas para o produtor é alterar a alimentação do gado, o que trará menor produção. "Não queremos desabastecer o país, mas também não queremos quebrar", afirma ele.

Rubez diz que alguns produtores já começam a se desfazer das matrizes menos produtivas, o que deverá gerar uma oferta ainda menor de leite no mercado. "Está difícil um repasse dos custos da produção para o varejo, mas ele será inevitável com a quebra de produção."

Para Vilela, o setor só suportará essa situação adversa se o governo financiar as matrizes e suspender as importações de produtos lácteos.

Futuros As negociações agropecuárias do mercado futuro somaram 1,59 milhão de contratos até agosto, mesmo número de 2011. Já o faturamento do setor recuou para US$ 18 bilhões, 40% menos, segundo a BM&FBovespa.

O destaque O café, que sempre aqueceu as negociações na Bolsa, teve queda de 41% no volume de contratos neste ano. Já o milho ganhou espaço, com alta de 56%.

Sobe e desce Em 2009, a variação percentual entre os preços mínimo e máximo da arroba de suíno era de 26%. Foi subindo ano após ano até atingir 76% neste ano.

Difícil controle "Não há fluxo de caixa que aguente esses números", diz Valdomiro Ferreira Júnior, presidente da APCS (Associação Paulista de Criadores de Suínos).

Atrasada A safra de café avançou e atingiu 92% da área a ser colhida em agosto, segundo a Safras & Mercado. A estimativa de safra da consultoria é de 54,9 milhões de sacas de 60 quilos.

Indústria eleva venda de máquinas agrícolas

A indústria de máquinas respira os bons momentos de preços vividos pelo setor agrícola. No mês passado, foram comercializadas 414 colheitadeiras, 18% mais do que há um ano. No acumulado até agosto, as vendas subiram 7,5%.

A comercialização de tratores também tem melhor desempenho. No mês passado, as indústrias repassaram 5.443 unidades para as distribuidoras, 10% mais do que em 2011. Até agosto, as vendas subiram 0,5%.

CAFÉ

-1,14%

Ontem, no mercado interno

NÍQUEL

-1,65%

Ontem, em Londres

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