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Juros caem mais rápido do que ganho dos bancos DE SÃO PAULOO "boom" do crédito brasileiro foi acompanhado por uma forte redução nas taxas de juros, mas os bancos mantiveram praticamente inalterados seus lucros, os custos administrativos e os impostos pagos nos empréstimos. A conclusão é de pesquisa da Anefac (Associação dos Executivos Financeiros), que analisou o comportamento do crédito de 2002 a 2012. Nesse período, o volume de empréstimos saltou de R$ 351,6 bilhões (27,2% do PIB) para R$ 2,167 trilhões (50,6% do PIB). O estudo da Anefac revela que entre junho de 2002 e junho de 2012 a média dos juros bancários desceu de 47% para 31,1% ao ano -queda de 15,9 pontos percentuais. No mesmo período, o chamado "spread" bancário (a diferença entre as taxas de juros que os bancos pagam para o poupador investir seu dinheiro e a taxa cobrada de outro cliente nos empréstimos) recuou apenas 3,7 pontos. No "spread", estão o lucro dos bancos e mais uma série de custos para fazer os empréstimos: pessoal, tecnologia, impostos diretos e indiretos, depósito compulsório (dinheiro recolhido sem remuneração no BC), contribuição para o Fundo Garantidor de Créditos (que cobre os clientes em até R$ 70 mil) e a inadimplência. O consumidor, que era quem se submetia às maiores taxas, foi mais beneficiado pela queda dos "spreads", que recuaram de 46,6 pontos percentuais para 28,5 pontos. Para as empresas, o "spread" cresceu de 12 pontos percentuais para 15,9 pontos, com o acesso de pequenas e microempresas ao crédito. Para Miguel Oliveira, vice-presidente da Anefac, o levantamento mostra que ainda há um enorme potencial para os bancos ganharem eficiência, otimizarem suas estruturas administrativas e reduzirem os "spreads". "Não é justo esperar que a redução dos juros impacte na mesma proporção os 'spreads'. Os bancos têm vários outros custos que precisam ser reduzidos para diminuir esse 'spread'." Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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