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Desemprego cresce para 11,1% no mês passado, diz Dieese

Vagas criadas em agosto foram insuficientes para atender quem tentou entrar no mercado de trabalho

Dado diverge do IBGE, que mostrou ligeiro recuo na taxa em agosto; metodologias diferentes explicam

CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO

Ao contrário do que tradicionalmente ocorre no mercado de trabalho no segundo semestre, o desemprego cresceu em agosto, segundo taxa medida pelo Dieese em sete regiões metropolitanas.

Passou de 10,7% em julho para 11,1% no mês passado.

O que explica esse aumento é que em agosto foram criados menos postos de trabalho (35 mil) do que os necessários para atender as 135 mil pessoas que buscaram uma oportunidade. Com isso, o número de desempregados cresceu 100 mil.

O total de desempregados estimado nas sete regiões (Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e Distrito Federal) é de 2,5 milhões.

"A desaceleração da economia se refletiu fortemente no ritmo de criação de vagas. Os benefícios fiscais e os estímulos setoriais ainda não surtiram efeito no emprego", diz Lucia Garcia, coordenadora da Pesquisa de Emprego e Desemprego do Dieese.

Enquanto, em agosto, foram 35 mil vagas abertas, em julho, foram criadas 119 mil.

A tendência também já foi mostrada nos dados do Caged, do Ministério do Trabalho. "O cenário econômico de incertezas nos últimos três trimestres fez com que o emprego, principalmente o formal, perdesse o ritmo de crescimento", diz Rafael Bacciotti, da consultoria Tendências.

O levantamento do Dieese também aponta que, no setor privado, a contratação sem carteira assinada foi maior (2,2% em relação a julho) do que a com carteira (0,3%).

Por setor, a construção civil foi responsável pelo fechamento de 58 mil vagas.

"Estoques elevados, preços aquecidos e readequações nos programas de financiamento pressionam o setor a uma acomodação, que, por sua vez, se reflete no emprego", afirma Garcia.

Os dados do Dieese divergem dos divulgados pelo IBGE (desemprego medido pelo instituto passou de 5,4% em julho para 5,3% em agosto) por razões metodológicas.

Consideram regiões diferentes, além de o Dieese incluir em sua taxa total pessoas que buscam emprego, não acham e estão fora da população economicamente ativa.

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