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O Brasil que mais cresce Calçados aceleram crescimento de Sobral Setor responde por 99% da exportação e emprega 10 mil a mais que prefeitura Rápido avanço da cidade cearense, porém, gerou gargalos na infraestrutura, como a falta de imóveis
Em Sobral (a 235 km de Fortaleza), a iniciativa privada tirou da prefeitura o papel de maior empregadora. Hoje é um dos municípios mais prósperos do Nordeste. Atualmente com mais de 180 mil moradores, o município ocupa a quarta colocação no ranking dos maiores exportadores do Estado, com US$ 106,8 milhões em vendas de janeiro a agosto deste ano. Esse valor equivale a 13,1% de tudo o que o Estado vendeu a outros países no primeiro semestre de 2012. Segundo o Ipece (Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará), os calçados representam 98,8% das vendas externas de Sobral. Responsável pela fabricação do produto na cidade, a indústria gaúcha Grendene, maior empresa da região, emprega aproximadamente 17 mil pessoas, ou 9% da população. A prefeitura mantém 7.000 servidores. A superintendente regional da CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas), Daniela Costa, estima que a indústria injeta mensalmente na economia local R$ 14 milhões em salários, o equivalente a R$ 182 milhões anuais, ou 7,3 vezes a arrecadação própria obtida pela prefeitura em 2011. "Estamos vivendo um círculo virtuoso", disse a superintendente. "Temos a economia aquecida e uma boa qualidade de vida." Das 5.400 empresas em operação no município, 80% são dos setores de comércio e serviços. Juntos, os dois empregam 10 mil pessoas, segundo a dirigente. O município tem ainda três universidades públicas, duas faculdades e 20 mil universitários, diz o secretário municipal de Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, Pedro Aurélio Aragão. Vários empreendimentos públicos e privados estão sendo erguidos. A cidade receberá nos próximos meses um shopping com 150 lojas, uma torre hoteleira e outra empresarial, além de um hospital estadual com 382 leitos e 70 vagas de UTIs. "LUVAS" O rápido desenvolvimento da região, porém, gerou gargalos na infraestrutura. A falta de imóveis elevou os preços dos aluguéis e fez ressurgir as "luvas" nos negócios. O aluguel comercial, disse o empresário Antonio Melo, 74, dono de uma imobiliária na cidade, subiu até 500% nos últimos sete anos. Segundo ele, as "luvas" cobradas por inquilinos para ceder seus pontos passou a ser comum -há casos de pedidos de até R$ 100 mil. Nas ruas, a construção de um metrô de superfície gera polêmica. Para instalar os 13 km de linhas, árvores foram cortadas e parte de uma ciclovia, destruída. Algumas casas ficaram com suas portas a três metros dos trilhos. O metrô deverá ser inaugurado pelo governo do Estado ainda neste ano. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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