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Gol investe R$ 6 bilhões para cortar custos

Com prejuízo de mais de R$ 700 mi neste ano, empresa compra 60 novos jatos que consomem menos combustível

Antes do anúncio do negócio, ações da empresa sobem 10,6%; CVM diz não comentar "casos específicos"

MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO

Apesar de acumular neste ano um prejuízo de centenas de milhões de reais, a Gol anunciou ontem um negócio de US$ 6 bilhões: a encomenda de 60 jatos Boeing-737 MAX 8, nova geração de aviões da fabricante americana.

Embora pareça contraditório, o movimento vai justamente na direção de cortar custos, uma das saídas da empresa para equilibrar suas finanças.

Os MAX têm tecnologia que economiza combustível -o principal item de custo das empresas aéreas.

Os motores do novo modelo garantem redução do consumo de combustível de 13% na comparação com o atual. Porém, como o motor é mais pesado, o ganho líquido de eficiência é da ordem de 10%.

Com o preço do petróleo acima de US$ 100 o barril, sem perspectiva de queda, a redução de 10% é crucial para melhorar as margens da companhia. Os novos jatos também vão permitir à Gol manter a idade média de sua frota em sete anos.

A expectativa pelo anúncio do negócio fez as ações da empresa subirem 10,6% ao longo da tarde de ontem. Foi o papel que mais se valorizou no Ibovespa no dia.

Depois do fechamento da Bolsa, as ações perderam força e fecharam com alta de 8,5%. Em parte, acredita-se que isso aconteceu porque o mercado esperava ações com resultados mais imediatos.

Indagada se houve movimentação atípica com as ações, a CVM disse que "não comenta casos específicos". Também não respondeu se há indícios de vazamento de informação privilegiada

"Essa compra é de muito longo prazo, e o cenário atual entendemos como transitório", disse o presidente da Gol, Paulo Sérgio Kakinoff.

A combinação de custos elevados (de câmbio, combustível e tarifas aeroportuárias) e economia desaquecida derrubou o resultado de todas as companhias, o que fez o governo acender a "luz amarela".

Só a Gol acumula prejuízo de mais de R$ 700 milhões no primeiro semestre deste ano.

O NEGÓCIO

Os primeiros dois aviões serão entregues em 2018, um ano após o início da produção dos MAX, com desembolso de US$ 200 milhões.

Os demais 58 jatos (todas encomendas firmes, ou seja, compromissos de compra) serão entregues até 2026.

Esse é o maior pedido firme que a Gol fez para a Boeing. Em 2008, ela encomendou 101 aviões, mas apenas 50 eram confirmados.

Com essa compra, a empresa tenta acompanhar sua principal rival no país, a TAM, que encomendou 22 Airbus-A320 neo, modelo com motor 15% mais eficiente do que os A320 atuais, com entregas previstas entre 2016 e 2018.

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