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Presidente do BC minimiza impacto da China no Brasil

Tombini classifica como 'extremada' percepção de que país é dependente do ritmo de expansão do asiático

Avaliação é que retomada da economia está em curso e que empresários devem observar oportunidades

MARIANA CARNEIRO
DE SÃO PAULO

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, minimizou ontem o impacto da desaceleração da economia chinesa sobre o Brasil.

O país asiático, que crescia a taxas superiores a 10% até 2010 -e cujo forte crescimento e consumo ajudaram o Brasil na primeira fase da crise, em 2008/2009 -, deve crescer neste ano entre 7,5% e 8%.

Com isso, espera-se que compre menos produtos brasileiros, o que pode afetar o desempenho da economia do Brasil, uma vez que a China é hoje o principal destino das nossas exportações.

Mas, para Tombini, é exagerada a avaliação de que a economia brasileira é dependente do desempenho chinês.

"Analistas e investidores estrangeiros sempre me perguntam sobre a dependência brasileira da China. Isso me parece um tanto extremado", afirmou Tombini.

O argumento do presidente do BC é que o Brasil tem uma economia fechada e as exportações representam cerca de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) -inferior ao de países emergentes.

A China, prossegue ele, é destino de 17% das exportações. Com isso, sua importância efetiva na economia brasileira é de cerca de 2% do PIB, o que foi considerado pouco pelo presidente do BC.

"Esses números dão uma dimensão mais precisa dessse conceito [dependência] que se desenvolveu nos últimos anos e que me parece que foi elevado ao extremo."

Ele reconhece que o menor crescimento chinês contribui para a redução do comércio internacional e afeta o Brasil. Mas, diz Tombini, o principal canal de contágio da crise tem recaído sobre a confiança dos empresários, que represaram investimentos.

A uma plateia de investidores e empresários, em evento da revista "Exame", Tombini arriscou um discurso otimista. Disse que há sinais de que a retomada está em curso e que o país deve crescer a um ritmo de 4% ao ano neste semestre e em 2013.

"Temos que monitorar como se desenrola a crise externa, mas é preciso prestar atenção nas oportunidades do mercado brasileiro."

Sobre a inflação, Tombini disse que a alta dos grãos dá sinais de que começa a se dissipar. E afirmou que o BC não abandonou a meta de inflação (4,5%): "É possível haver divergências em projeções ou sobre a interpretação de choques de oferta, mas o BC sempre trabalhará dentro do arcabouço do regime".

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