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'Criativos' ganham 170% mais do que a média, afirma estudo
Setor reúne de arquitetos a músicos e teve renda de R$ 4.693 em 2011
Na era da economia do conhecimento, a criatividade tornou-se um diferencial para turbinar salários de profissionais de áreas como artes, música, pesquisa e desenvolvimento, design, engenharia e arquitetura (projetos), computação e telecomunicações.
Esses e outros trabalhadores formais inseridos na chamada indústria criativa tinham rendimento médio
(R$ 4.693) quase duas vezes superior à média de todos os ocupados do país (R$ 1.733) no ano passado.
Os dados são de pesquisa inédita da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).
O conceito de indústria criativa foi cunhado no fim dos anos 1990 e agrega todos os setores cujos principais insumos produtivos são a inovação e a criação. Engloba 14 segmentos -desde biotecnologia até artesanato.
No Brasil, 810 mil pessoas (1,7% dos trabalhadores formais) ocupavam diretamente atividades criativas em 2011. A Firjan estimou o PIB da indústria criativa em R$ 110 bilhões (2,7% do total).
Guilherme Mercês, gerente de Estudos Econômicos da federação, diz que o número de empregos é pequeno, mas são "de alta qualidade e remuneração". "A maior especialização e a escassez de profissionais qualificados explicam os salários maiores."
Para Claudio D'Ipolitto, especialista da FGV, os empregos do segmento "alteram o perfil de outras profissões e demandam uma gama de novos produtos e serviços".
MAIS BEM PAGOS
Dentro da indústria criativa, pesquisa e desenvolvimento, arquitetura e engenharia, e software, computação e telecom são os setores que pagam melhores salários.
Ao todo, 11 dos 14 segmentos tinham rendimentos acima da média. Só os empregados de filme e vídeo, moda e expressões culturais (artesanato) recebiam abaixo.
Marcio Rocha Mello, 60, é um desses profissionais requisitados pelo mercado.
Com 37 anos de experiência, o geólogo de petróleo não revela o quanto ganha, mas diz que um profissional com dez anos de experiência e mestrado concluído pode receber mais de R$ 20 mil. "O futuro da geologia no Brasil é promissor porque há um potencial petrolífero enorme."
Diogo Costa, professor do Ibmec, diz que nos EUA os ganhos do crescimento econômico foram mais absorvidos pelos setores mais criativos e de salários mais altos, gerando concentração de renda.