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Aval da Eletrobras a plano de Dilma faz ação ter maior queda em 15 anos
Papéis da estatal de energia recuaram 15% ontem e atingiram o menor valor em dez anos
Desde anúncio da MP do setor elétrico, em 11 de setembro, ação da empresa já perdeu 47,4% do seu valor
A ação da Eletrobras mais negociada na Bolsa de São Paulo teve ontem a maior queda diária em 15 anos e atingiu o menor valor nominal em dez anos, segundo levantamento da Economática.
A cotação da ação preferencial da estatal se desvalorizou em 15,43% e fechou cotada a R$ 9,81.
O movimento de venda das ações da Eletrobras ganhou impulso na última semana, quando a direção da estatal informou que recomendará aos acionistas a aceitação das condições da MP 579 (que trata da renovação das concessões do setor elétrico).
A decisão de renovar provocou a renúncia do representante dos acionistas minoritários no conselho de administração da estatal, José Luiz Alquéres, que deixou o posto na semana passada.
O fundo norueguês Skagen (um dos principais acionistas privados da estatal) também criticou a decisão.
A assembleia de acionistas da Eletrobras acontecerá em 3 de dezembro, um dia antes do prazo final dado pelo governo para que as elétricas assinem os novos contratos.
Outro motivo para o recuo do preço das ações da Eletrobras é que o Barclays reduziu, ontem, o preço-alvo do papel em 12 meses para R$ 1.
Até ontem, a ação já havia perdido 47,37% do seu valor desde o dia 11 de setembro, quando a presidente Dilma Rousseff anunciou a MP 579.
A MP antecipa o fim da concessão de 67% das hidrelétrica da Eletrobras e propõe um novo contrato, em que a estatal prevê queda de R$ 8,5 bilhões em receitas em 2013.
Além disso, o governo informou que pagará apenas R$ 14 bilhões em indenizações pelos investimentos não amortizados. A Eletrobras disse que pelos critérios contábeis da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) teria de receber R$ 31 bilhões.
CEMIG
A Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), empresa também afetada pela MP 579, quer mais prazo para discutir as renovações.
A estatal mineira disse ontem que não irá assinar os novos contratos se as atuais condições não mudarem.
A Cemig está mobilizando a base parlamentar mineira para inserir uma emenda na medida provisória do governo que altere a data de assinatura dos novos contratos de 4 dezembro para os meses de fevereiro ou março do ano que vem.
Uma comitiva das elétricas estaduais, que inclui Cemig, Cesp e Copel, deve visitar o Congresso amanhã.
Colaborou TATIANA FREITAS, de São Paulo