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Gás natural tem terceiro reajuste de preços no ano em SP
Índice não foi revelado, mas agência do setor diz que defasagem será recomposta
O gás natural distribuído pela Comgás, maior fornecedora brasileira, vai ficar mais caro para 1,2 milhão de consumidores residenciais, do comércio e da indústria em 71 cidades do Estado de São Paulo a partir de hoje.
A Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo) publica hoje, no "Diário Oficial do Estado", portaria autorizando o novo aumento, o terceiro no ano.
A decisão ocorre um dia depois de o Grupo Cosan, do empresário Rubens Ometto, ter sido oficialmente aceito como novo acionista da Comgás no lugar da BG (British Gas).
A solenidade de "aceite" teve a presença de Ometto, do governador Geraldo Alckmin, do secretário de Energia, José Aníbal, e da diretora da Arsesp, Sílvia Calou, que anunciou a decisão de conceder o novo reajuste à empresa ao final do evento.
Segundo ela, o aumento é uma exigência do contrato. Em maio, a agência havia autorizado um reajuste médio para os consumidores da Comgás de 10,30%, mais do que o dobro da inflação do período.
Na ocasião, a Arsesp não havia autorizado o repasse total para a tarifa.
"Estávamos esperando a negociação entre a Secretaria de Energia de São Paulo e a Petrobras. Essa negociação não deu resultado", afirmou.
DEFASAGEM
A agência informa que o aumento a ser autorizado a partir de hoje elimina uma defasagem entre a tarifa que os consumidores pagam e a despesa que a Comgás tem para a compra do gás, o que é chamado no contrato de "conta gráfica".
Essa defasagem surge quando ocorre uma valorização do dólar combinada ao aumento do preço internacional do petróleo. Segundo Sílvia, a tarifa não estava bancando todo o custo de aquisição do gás natural da Petrobras.
O diretor-presidente da Comgás, Luis Domenech, disse ontem, após a solenidade no palácio do governo, que o aumento da tarifa do gás deve recompor os custos da companhia, que não estavam sendo cobertos pela atual tarifa -mesmo sendo o gás negociado em São Paulo um dos mais caros do país.
"Esse aumento permitirá que a companhia recupere a atual defasagem em 24 meses. Então não é uma recomposição imediata", disse.
INDÚSTRIA
A indústria já esperava um novo aumento, mas criticou. "O governo federal percebeu que reduzir o custo da energia é importante para garantir competitividade da indústria. Em São Paulo, não vemos essa mesma preocupação", disse Lucien Belmonte, diretor da Abividro.