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Hotel é opção para diversificar aplicação
Modalidade está em alta com vários eventos no país, mas especialistas recomendam cautela e estudo profundo
Investidor tem opção de comprar quartos ou participar de um fundo; hotéis de negócios são os mais indicados
O bom momento da indústria hoteleira no país e a queda da taxa de juros -que tornou os investimentos em renda fixa menos rentáveis- atrai investidores que querem diversificar suas aplicações.
Há duas opções para quem quer apostar nessa modalidade. Uma é comprar quartos em hotéis que estão sendo lançados ou que já estão em operação. Hoje, os mais comuns são os condo-hotéis, em que o quarto é apenas para locação, não pode ser usado pelo proprietário, como acontece com os flats.
O rendimento nesse caso é atrelado à ocupação do hotel, independentemente se o quarto do investidor, especificamente, foi locado ou não.
Por exemplo: se a ocupação do hotel foi de 70%, todos os investidores receberão o rendimento rateado depois de descontada a taxa da administradora do negócio.
De acordo com o diretor de desenvolvimento da Accor para a América Latina, Abel Castro, o rendimento para o investidor em quartos de condo-hotéis varia, em média, de 0,6% a 1% ao mês. Com a nova regra, a poupança hoje rende 0,41% ao mês.
Outra opção é aplicar em um fundo imobiliário que investe em hotéis, ainda menos difundido no Brasil. O retorno é parecido: os investidores recebem o rateio do que o fundo ganhou descontada a taxa de administração.
O rendimento é sempre atrelado ao sucesso da operação de um ou mais empreendimentos.
A consultoria HotelInvest e o banco Ourinvest têm um fundo de investimento que aplica em hotéis -o único prioritariamente voltado para pessoas físicas encontrado pela Folha.
A cota começou negociada a R$ 100 em 2007 e hoje está em R$ 320 -não há Imposto de Renda. A empresa tem planos de estruturar um novo fundo em breve.
NEGÓCIOS
Como em geral não há garantia de retorno, os especialistas recomendam que o investidor faça um estudo aprofundado do potencial da região e conheça o empreendimento antes da aplicação.
"O Coliseu [em Roma] recebe a mesma quantidade de turistas por ano que o Nordeste. Nunca se desenvolve esse potencial, tem de ficar de olho no presente. Então, é indicado onde há turismo de negócios", afirma o educador financeiro Mauro Calil.
INVESTIMENTO
Os eventos esportivos que o Brasil vai sediar alavancam a infraestrutura do país e podem contribuir para o desenvolvimento do turismo.
Mas não devem ser o único motivo a pesar na decisão do investidor, já que a demanda é restrita por um curto período de tempo.
"Se você fala em comprar um quarto de hotel que tenha demanda, perto de um centro de convenções ou a uma rua comercial, em São Paulo, há uma demanda grande. Mas, se comprar em outro lugar, ela poderá não existir ou poderá haver uma procura pontual", diz o professor do Insper Alexandre Chaia.
A Accor, que está lançando hotéis em São Paulo após dez anos sem anunciar novos empreendimentos na capital, informa não desenvolver hotéis por causa da Copa do Mundo ou da Olimpíada.
A BHG lançou há dois meses um fundo de investimento em hotéis no qual a própria é investidora e que também é aberto a outros investidores, entre eles pessoas físicas, com valor de entrada mínimo de R$ 1 milhão.
Segundo Ricardo Levy, diretor da companhia, o mercado atrai pelo bom momento da economia, pela queda dos juros e porque já há demanda em algumas regiões por hotéis independentemente dos eventos esportivos programados para o país.