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Fim do 'Daily' mostra desafio, diz analista

Suspensão do jornal de Murdoch aponta dificuldades de ter marca nova para tablets, afirma diretora do Pew

Para Amy Mitchell, encerramento também revela limite das receitas sustentadas só por plataforma digital

NELSON DE SÁ DE SÃO PAULO

Para Amy Mitchell, que dirige o Projeto para Excelência em Jornalismo do instituto Pew, o fim do jornal para tablets "The Daily", criado em 2011 por Rupert Murdoch, confirma o desafio que é lançar uma marca nova em aparelhos móveis. E mostra o limite das receitas sustentadas só por plataforma digital.

O PEJ, de Washington, é referência no debate sobre jornalismo. Seus relatórios detalham tendências que vão da queda na publicidade impressa ao aumento nas assinaturas digitais. Mitchell fala hoje às 9h30 no seminário MediaOn, no painel "Mobile: Qual o Futuro da Notícia?", na sede do Itaú Cultural (av. Paulista, 149, São Paulo).

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*Folha - O fechamento do "Daily" traz dúvidas sobre a experiência com jornalismo nos aparelhos móveis?

Amy Mitchell* - Não, o número de pessoas comprando e usando tablets e smartphones continua a crescer, e o jornalismo continua sendo parte importante de como elas usam os aparelhos. O que o "Daily" revela são os desafios que as empresas enfrentam neste novo domínio.

Um deles é tentar criar uma nova marca, particularmente no domínio digital

dos aparelhos móveis, em que você tem apenas parte da população.

Da maneira como a informação funciona hoje, com o número de opções à disposição das pessoas, já é difícil obter qualquer tipo de audiência de massa. Com uma nova marca, é ainda mais.

Que outros desafios?

Um deles está na receita: ser capaz de faturar o bastante, digitalmente, para sustentar uma operação jornalística, o custo de levantar e relatar as notícias.

As empresas jornalísticas ainda obtêm a maior parte de sua receita na plataforma tradicional, que é então usada para sustentar o empreendimento digital. No caso, era um título só digital, que buscava obter toda a sua receita nesse âmbito. Claramente, ainda é um desafio.

O relatório do PEJ que causou mais impacto, neste ano, mostrou que, para cada US$ 7 perdidos em publicidade impressa, apenas US$ 1 está voltando em publicidade digital.

Nos últimos números, a diferença subiu para US$ 10 por US$ 1. O problema é que a receita digital tem escala muito menor do que a que vem do produto impresso.

O valor do anúncio é muito diferente, porque os jornais estão concorrendo com muitos outros tipos de provedor no domínio digital. Sem a mesma receita por anúncio, é preciso muito mais deles, e outros tipos de receita.


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