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BC amplia medidas contra alta do dólar

Um dia depois de oferecer reservas ao mercado, autoridade monetária incentiva exportador a trazer moeda ao país

Temor é que dólar perto de R$ 2,15 pressione a inflação; analistas já falam em fim do IOF de 6% para empréstimos

TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO

O Banco Central decidiu desonerar parte dos exportadores que quiserem trazer moeda estrangeira ao país ainda em 2012.

A medida ocorre um dia após o dólar bater em R$ 2,14 e obrigar o BC a fazer uma forte intervenção no mercado de câmbio, injetando perto de US$ 4 bilhões, para evitar a alta da moeda americana.

Além do calendário apertado devido às festas de fim de ano, dezembro é um dos meses em que as filiais brasileiras de multinacionais mais enviam dinheiro às matrizes.

Há o temor de que a redução na oferta pressione as cotações da moeda americana, que podem ultrapassar R$ 2,15 e pressionar a inflação.

A partir de agora, os exportadores poderão adiantar em até cinco anos os dólares que receberão de vendas contratadas no exterior sem o pagamento de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 6%. Até então, só podiam fazer isso sem o imposto para prazo de até um ano.

A medida foi recebida com desconfiança pelos analistas, que veem pouquíssimos exportadores com condições reais de viabilizar o adiantamento de vendas com um prazo tão longo. Só exportadoras de minério, como a Vale, têm contratos do tipo.

Apesar dos esforços do BC, o dólar recuou pouco. A moeda americana caiu só 0,19% e terminou o dia a R$ 2,116.

Na véspera, o BC fez dois leilões gigantes de "swap" cambial -operação que equivale a uma venda de dólares futura, em que assume o risco de variação cambial apesar da valorização da moeda.

A novidade foi que também ofereceu a venda de dólares das reservas cambiais com o compromisso de recompra no início de janeiro, com taxas de R$ 2,122 e R$ 2,132. A última vez em que fizera isso foi em abril de 2009, auge da crise nos mercados.

IOF

Para Sidney Nehme, diretor da corretora NGO, a próxima medida do BC para evitar a alta do dólar deve ser a revogação do IOF de 6% para empréstimos feitos no exterior com prazo de menos de dois anos. Com os juros reais em menos de 2%, afirma ele, não há mais necessidade de taxar empréstimos de curto prazo que poderiam entrar no país com o objetivo de se beneficiar dos juros elevados.

"Não tem mais sentido essa medida. Há uma visão de que mudaram os ventos e que faltam dólares no mercado de câmbio. Perdemos um pouco da nossa atratividade."

"O capital estrangeiro está muito disputado. Com o crescimento menor da economia, pode ser que esse dinheiro procure mais oportunidades em países de crescimento como a China", diz Ivo Goes Bessa, da corretora LevyCam.


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