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Dívida em queda libera governo de aperto fiscal
Intenção tem aparecido em declarações públicas
É cada vez mais explícita a intenção do governo de relaxar a política de aperto fiscal com a justificativa de que as despesas com a dívida pública estão em queda.
A tese foi tangenciada ontem pelo ministro Guido Mantega (Fazenda), ao apresentar a série de desonerações tributárias. Segundo sua argumentação, juros e impostos altos "são gêmeos".
Em outras palavras, a queda da taxa do Banco Central para os menores patamares em tempos de inflação civilizada aliviará o governo de suas despesas financeiras e permitirá o alívio fiscal.
Ao todo, mais de R$ 40 bilhões em desonerações estão previstos no projeto de Orçamento para 2013 -contando com R$ 10 bilhões acrescentados nesta semana pelo Executivo. Nenhuma despesa foi cortada para acomodar as novas projeções.
AQUÉM DO ESPERADO
Neste ano o governo já desistiu de cumprir integralmente sua meta fiscal, mas a queda dos juros teve impacto muito aquém do esperado.
Os encargos da dívida pública caíram de R$ 237 bilhões, em 2011, para R$ 217 bilhões nos 12 meses encerrados em outubro passado.
Mas, como as despesas com programas sociais, pessoal, custeio administrativo e investimentos atingiram os maiores patamares da história, o deficit das contas de União, Estados e municípios aumentou de R$ 108 bilhões para R$ 119 bilhões.