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Investidor faz a sua própria linha de transmissão
Gastro extra para escoar energia será de R$ 110 mi
Os problemas de escoamento da energia eólica fizeram a empresa paulista Bioenergy tomar duas atitudes fora do plano inicial: mudar a localização de parte de seus investimentos e construir a própria linha de transmissão.
Segundo Sérgio Marques, presidente da companhia, a ideia é eliminar o risco de atraso na entrega de energia de seus empreendimentos e viabilizar a venda de parte dos futuros megawatts no mercado livre.
A empresa, que tem 380 MW contratados em leilões do governo federal nos últimos três anos, prevê construir 13 parques eólicos nas cidades de Paulino Neves e Tutóia, no Maranhão, e investirá R$ 110 milhões extras na linha que escoará a energia.
O projeto inicial previa a instalação de 4 desses 13 parques no Rio Grande do Norte. A obra no Estado, porém, foi suspensa no final de 2011 por causa dos problemas de conexão com a rede.
"O RN é territorialmente pequeno, com grande concentração de parques no litoral e linhas de transmissão passando uma por cima da outra. Começamos a ver uma grande quantidade de parques sendo contratados sem planejamento", diz Marques.
Com a mudança nos planos, a Bioenergy diz ter jogado ao menos R$ 10 milhões "pelo ralo" em investimentos preliminares.
Há quase dez anos, o setor começou a defender a implantação de um "linhão" que passaria por regiões com potencial de geração eólica como Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Funcionaria como uma autoestrada à espera do desenvolvimento. A ideia não prosperou.
Os leilões passaram a ser realizados em 2009 e, só depois disso, com a demanda já conhecida, as linhas passaram a ser licitadas.
Outro gargalo enfrentado pelas eólicas é o transporte dos equipamentos para a criação dos parques. "Não tem cabotagem ou via férrea. O deslocamento é pela estrada e, como os equipamentos são pesados e grandes, aumenta o custo de produção", diz a presidente da ABEEólica, Elbia Melo.