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SP segura alta mais forte da inflação e impede índice de bater teto do BC
Aumento nos preços de 4,7% em 2012 foi o menor entre as 11 regiões pesquisadas pelo IBGE
Carros, energia e carne caíram mais na cidade que no resto do país e permitiram que o IPCA fechasse o ano em 5,8%
Sem reajuste de ônibus em 2012 e com quedas mais intensas de importantes itens como automóveis, energia, gasolina e carnes, São Paulo foi a "âncora" da inflação no país no ano passado.
Na região metropolitana, a taxa ficou em 4,72%, abaixo dos 5,84% do IPCA, índice oficial do país. São Paulo, que representa um terço do IPCA, foi a região com a menor inflação em 2012 das 11 pesquisadas pelo IBGE.
Desse modo, a alta moderada na área de maior concentração econômica do país contribui para que a taxa não superasse o teto da meta do governo (de 6,5%).
Para Felipe Leroy, economista do Ibmec, São Paulo produz mais do que consome e, em um cenário de crise externa e redução das exportações, sobraram produtos na região. Com a maior oferta, diz, os preços caíram ou subiram num rimo menor.
A crise, afirma Leroy, também mostrou outra faceta: o desemprego em São Paulo ficou acima da média nacional e inibiu o consumo, impedindo reajustes maiores diante do otimismo reduzido de consumidores.
"São Paulo é a região mais industrializada do país e tem um grau de dependência maior do setor e sofre mais impacto em tempos de crise e freada da economia global."
Além disso, segundo o economista, os trabalhadores de São Paulo "são mais educados financeiramente" e destinam uma parcela maior da renda para a poupança, no lugar do consumo -o que força os preços para baixo diante de demanda mais fraca.
Já Bruno Fernandes, economista da CNC (Confederação Nacional do Comércio), diz que a inflação mais baixa no Estado é fruto basicamente "de um efeito estatístico".
É que, segundo ele, os produtos com quedas mais expressivas ou altas moderadas têm maior peso ou registram variações menores na região.
Nessa lista, estão itens como automóveis novos e usados, gasolina, energia e carnes, que tiveram quedas mais intensas em São Paulo do que na média das regiões. Já a refeição fora de casa subiu mais na região de São Paulo.
Fernandes e Leroy ressaltam que o não reajuste da tarifa de ônibus na capital também foi importante para conter a inflação -a pedido do governo Dilma, o aumento só deve ocorrer a partir de maio.