Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Tesouro Direto é alternativa para investir em cenário de juro baixo
É preciso, porém, ficar atento às taxas cobradas na aplicação
Com a redução da Selic (taxa básica de juros), os títulos do Tesouro Direto ficaram ainda mais atrativos em relação a outras aplicações de renda fixa.
Principalmente para o pequeno investidor, que tem dificuldade de conseguir custos mais baixos em muitos investimentos tradicionais, como fundos.
Isso porque o peso de uma taxa de administração alta em uma aplicação cujo rendimento é atrelado à Selic ou ao CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro, que fica próximo à taxa de juros) é maior quanto menor for a taxa Selic.
No entanto, é preciso ficar atento às taxas cobradas na aplicação no Tesouro, que também podem corroer parte dos rendimentos.
Neste mês, a BM&FBovespa e o Tesouro extinguiram a taxa de negociação na compra de títulos - que era de 0,1%- para reduzir os custos do investimento, cujo ganho começava a empatar com a caderneta de poupança.
Agora, para aplicar no Tesouro, há uma taxa de custódia, cobrada pela BM&FBovespa, de 0,3%, e outra cobrada pela instituição financeira escolhida pelo investidor -muitas não cobram, mas ela costuma variar até 2%.
Para pesquisar as taxas das instituições, há uma lista no site do Tesouro.
Vale lembrar que incide ainda na aplicação o Imposto de Renda e o IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) para resgates antes do período de 30 dias.
Há diversas opções de títulos oferecidas pelo Tesouro, com diferentes vencimentos. Alguns são prefixados, em que a rentabilidade é definida na compra, e outros, pós-fixados, em que o rendimento é atrelado a um indexador, como a taxa de juros, e pode variar de acordo com ele.
Os prefixados são mais rentáveis quando a perspectiva é de redução de taxa de juros. Já os pós-fixados, quando a perspectiva é de aumento da Selic ou da inflação, segundo o educador financeiro Mauro Calil.
A liquidez -velocidade de o investimento se transformar em dinheiro- é garantida pelo governo, que recompra, toda semana, os títulos que os investidores querem vender.
Nessa operação, o aplicador pode ganhar ou perder dinheiro, dependendo de quanto pagou pelo título e do seu valor de mercado -definido por oferta e demanda.
ESCOLHA CERTA
Apesar de o Tesouro oferecer vantagens como o baixo custo, a praticidade e a garantia do governo, antes de escolher uma aplicação, o investidor deve definir três premissas: a quantia disponível para o investimento, o objetivo e o prazo para resgatar os recursos.
Assim, é mais fácil escolher a opção mais adequada.
Para Calil, o Tesouro Direto é um investimento ideal para situações em que não se pode correr riscos, como um investimento para uma festa de casamento, e para, no máximo, dois anos.
Para ele, quando o objetivo permite um pouco mais de risco e um prazo maior, outras opções podem render mais, como fundos imobiliários, títulos de dívida privada, LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio).