São Paulo, terça-feira, 08 de fevereiro de 2011 |
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Commodities Dilma "livra" Petrobras de entrar na Galp Criticada pelo mercado, negociação havia sido acertada no final do ano passado entre Lula e o premiê português Petrobras pagaria €3,5 bi pelos 33% da Eni, que pedia 4,7 bi; agora, angolanos negociam com italianos JULIO WIZIACK TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO A presidente Dilma Rousseff livrou a Petrobras de fechar um negócio polêmico com a italiana Eni, para adquirir 33% de participação na petroleira portuguesa Galp. O negócio era criticado por analistas de mercado por elevar o endividamento e não ser estratégico neste momento para a Petrobras -a Galp tem rede de postos e atua no refino em Portugal. Ontem, a estatal comunicou, oficialmente, ter encerrado as negociações. A entrada da Petrobras na Galp era parte de um acordo fechado entre o presidente Lula e o primeiro-ministro português, José Sócrates, no final do ano passado. Ao assumir a Presidência, Dilma concordou em manter o acordo, mas mudou de opinião porque as condições impostas pela Eni prejudicariam a Petrobras, que busca levantar dinheiro no mercado para viabilizar seu plano de investimento. Os italianos insistiam em vender seus 33% por 4,7 bilhões e a Petrobras, no limite, pagaria 3,5 bilhões. Considerou-se que 500 milhões fossem pagos com ativos da Petrobras, mas a opção foi descartada. Apesar de portuguesa, a Galp é controlada pela Eni e pela Amorim Energia (que tem 33,34% e representa os angolanos da Sonangol). No passado, a estatal brasileira tentou entrar na Galp, mas foi barrada pelos angolanos -representados pela Amorim Energia. Dessa vez, os angolanos se impuseram inicialmente, mas, segundo a Folha apurou, acabaram concordando. O ponto de ruptura foi o preço definido pela Eni. Com a saída da Petrobras, os angolanos passaram a negociar a compra dos 33% que hoje estão em posse da Eni. SAIA JUSTA Com o aval de Dilma, a Petrobras ficou confortável para se retirar das negociações e evitar uma "saia justa" com o mercado. A mudança de atitude da presidente também reforçou as apostas de que José Sergio Gabrielli continue na presidência da Petrobras. Havia rumores de que ele sairia no segundo semestre. A estatal planeja investimentos da ordem de US$ 224 bilhões até 2014 e precisará do apoio do mercado para levantar recursos. No ano passado, a estatal teve de enfrentar reação negativa de investidores em meio à oferta de R$ 120 bilhões em ações. Maior capitalização já feita no mundo, as incertezas em relação à operação derrubaram as ações, que até hoje não recuperaram o patamar anterior à oferta. Contudo, a transação permitiu à empresa reduzir o endividamento de 34% para 16% do patrimônio -sua dívida só pode chegar até 35%. Texto Anterior: FOLHA.com Próximo Texto: Análise/Commodities: Condição de oferta leva empresas a alterar composição do café Índice | Comunicar Erros |
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