São Paulo, domingo, 09 de outubro de 2011 |
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Copa ameaça feiras de negócios em SP Principal problema é a falta de espaços para grandes eventos, como convenções e shows; Mundial escancara gargalo Organizadores enfrentam dificuldades para trocar datas de eventos por causa do torneio de futebol EVANDRO SPINELLI DE SÃO PAULO São Paulo recebe metade das feiras de negócios do Brasil. Esses eventos movimentam R$ 13,6 bilhões por ano somente no aluguel de centros de eventos. Isso é bom, movimenta a economia paulistana. No ano passado foram cerca de 3 milhões de pessoas, do total de 11,5 milhões de turistas que a cidade recebeu. No primeiro semestre deste ano, o setor de serviços ligado ao turismo arrecadou R$ 94,8 milhões em impostos para a prefeitura. Mas, por outro lado, São Paulo chegou ao seu limite. Empresários e especialistas do setor apontam o gargalo, que vai se escancarar com a realização da Copa do Mundo de 2014. O principal problema hoje é a falta de espaços para grandes eventos, feiras, shows e convenções. "Teríamos feiras para 120 mil ou 140 mil metros quadrados", diz Armando Arruda Pereira de Campos Mello, presidente-executivo da Ubrafe (União Brasileira dos Promotores de Feiras). O maior pavilhão da cidade de São Paulo, o Anhembi, conta com somente 71,4 mil metros quadrados. DOIS LOCAIS Segundo Mello, para superar o problema da falta de espaço, a Fispal (feira de embalagens para o setor alimentício) já "dividiu" o evento entre Anhembi e Expo Center Norte duas vezes. Parte dos estandes ficava em um local, parte no outro. Esse problema seria resolvido com a anunciada construção de um centro de eventos em Pirituba (zona norte). A prefeitura lançou a ideia, o projeto está sendo desenvolvido pelas construtoras Odebrecht e Camargo Corrêa, mas anda a passos lentos. Sem o funcionamento do centro de Pirituba, o Anhembi tende a ficar "sufocado" durante a Copa. O local deve ser a sede do Congresso da Fifa, que reúne 3.000 pessoas de todo o mundo na semana anterior à abertura da Copa. O anúncio sobre quem receberá o congresso e o jogo de abertura será no dia 20 deste mês, e São Paulo é a favorita. Quando o prefeito Gilberto Kassab (PSD) apresentou a candidatura da cidade à abertura da Copa, indicou o futuro centro de Pirituba para receber o congresso. PIRITUBA Somente na primeira etapa, prometida para fevereiro de 2014, o local terá 160 mil metros quadrados de área (mais que o dobro do Anhembi) e centro de convenções para 20 mil pessoas. O prazo, porém, não deve ser cumprido. Serão 24 meses de obra. Antes disso, é preciso fazer a licitação -o projeto será em PPP (parceria público-privada)- e o licenciamento ambiental. O projeto ainda não está pronto. Um dos riscos é que a Fifa -a promotora da Copa- exija muito mais espaço que o centro de convenções do Anhembi possa oferecer e que, com isso, as feiras agendadas para o período tenham de ser adiadas. A Fispal e a Francal (do setor de calçados), duas das maiores feiras do país, ocorrem justamente durante a Copa. A Hospitalar mudou para maio há três anos justamente para "fugir" da concorrência com a Copa. "Hoje nos ressentimos de ter um pavilhão um pouquinho maior e mais moderno", diz o dirigente da Ubrafe. Falta conforto para promotores e frequentadores desses eventos. Mello reclama, por exemplo, que somente dois dos maiores centros de exposições da cidade -Expo Center Norte e Transamérica- têm ar-condicionado. O Anhembi, justamente o maior deles, não tem. Texto Anterior: Argentina teme desaceleração no Brasil Próximo Texto: Alterar datas de feiras se torna tarefa difícil Índice | Comunicar Erros |
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