São Paulo, domingo, 13 de fevereiro de 2011 |
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ANÁLISE Economia criativa deve ser vista como política de desenvolvimento ADRIANA DIAS ESPECIAL PARA A FOLHA Há dez anos venho trabalhando incansavelmente no desafio de mostrar aos grupos educacionais de peso e tradição deste país que economia criativa é algo sério. Em 1861, a educação superior era baseada no modelo clássico de universidade, em que se aprendiam latim, grego e um pouco de ciência. A ideia revolucionária de Wil- liam Barton Rogers, fundador do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), foi pensar que ciência e artes práticas, como a engenharia, deviam dialogar e tinham muito a dizer uma à outra. Resultando na filosofia do MIT: "Mens et manus" -em latim, "mente e mãos". Ou seja, teoria e prática, juntas. Precisamos transformar a geração que está por vir em empreendedores criativos e capazes de atuar em diversas indústrias. Para isso, é preciso minimizar barreiras entre a educação e o mercado, entre a teoria e a prática. Sim, será preciso agregar o apoio de entidades públicas e privadas, mas todos só têm a ganhar com isso: parcerias com as indústrias poderão trazer dinheiro para escolas e universidades que, em contrapartida, deverão alimentar o mercado com profissionais mais capacitados. O MIT está aí para lembrar que nada disso é novo. É possível ver a ciência, a tecnologia e a engenharia por prismas mais criativos. Só a educação pode incutir responsabilidade e ética em um povo. Nosso desafio é bem maior do que o de defender ou descrever o que é economia criativa. Precisamos estar atentos e preparados para usufruir nos próximos anos da atenção que está voltada ao Brasil e ser capazes de fazer negócios com o mercado internacional, seja recebendo-os aqui, seja indo até eles. Nada contra adjetivos e frases de efeito, mas ser criativo hoje é ser substantivo. É nesse contexto que o Brasil tem a chance de ensinar ao mundo, não o contrário. Nós, brasileiros, somos competentes em lidar com incertezas e temos combinação maravilhosa de emoção e paixão com trabalho duro, disciplinado e racional. Economia criativa não deve ser entendida como política cultural, mas de desenvolvimento. Qual o sonho brasileiro? Vamos descobrir juntos. A validação do governo ao tema é apenas o começo. ADRIANA DIAS é coordenadora dos cursos de gestão do entretenimento da FGV-RJ. Texto Anterior: "Leis de incentivo criam dependência" Próximo Texto: Sem estrangeiros, resort foca em eventos Índice | Comunicar Erros |
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