São Paulo, quinta-feira, 28 de julho de 2011 |
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ANÁLISE Expansão pode acabar sobrando para bolso do contribuinte RAUL JUSTE LORES EDITOR DE MERCADO Se a prefeitura aprovar uma nova Faria Lima na Chucri Zaidan, os contribuintes do IPTU devem bancar a expansão da infraestrutura pública de transportes, luz e água até ali. Alguns poucos lucrarão muito, mas a conta será compartilhada. Talvez o metrô até chegue lá em 2040. São Paulo desperdiça áreas onde quase tudo já está pronto. Dezenas de prédios e terrenos estão vazios pela Mooca, Brás, Barra Funda e no velho centro. Em comum, já possuem metrô e são centrais --logo, reduzem as longas viagens necessárias entre casa e emprego de boa parte dos trabalhadores paulistanos. Enquanto a prefeitura patina, há mais de seis anos, com uma Nova Luz que continua cracolândia, a especulação imobiliária deve impor suas vontades mais uma vez. Para acomodar grandes empresas, a maior cidade do país precisa ser competitiva também em escritórios. Banda larga sem fio universalizada, geradores elétricos contra blecautes e elevadores supersônicos são exigência de qualquer pacote de instalação de multinacionais. Mas prefeitura e construtoras ainda devem um centro financeiro à altura da competição entre cidades de todo o mundo para atrair talentos transnacionais. De Pequim a Cingapura, centros empresariais são desenhados por grandes arquitetos, que tentam evitar a monotonia e a previsibilidade das construções corporativas. O mix de bares e lojas nos térreos, edifícios residenciais na vizinhança, jardins abertos e bom transporte público é imbatível para os jovens profissionais que não querem passar o resto da vida presos no trânsito paulistano. São Paulo já produziu algo assim --a avenida Paulista. Com calçadas largas, mistura de residências e escritórios, parque, metrô e duas autênticas praças públicas concebidas por arquitetos visionários --o Masp e o Conjunto Nacional--, é um raro exemplo de área viva na cidade, de domingo a domingo. Mas poder público e imobiliárias perderam o molde nas últimas décadas e não conseguem fazer nada sequer parecido com isso. Texto Anterior: Baixa renda não será contemplada no projeto Próximo Texto: Fusão pode ampliar disputa sobre genérico Índice | Comunicar Erros |
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