São Paulo, quinta-feira, 28 de julho de 2011

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'NYT' supera expectativas pessimistas

Balanço divulgado pelo grupo que é dono do jornal de maior prestígio do mundo mostra recuperação financeira

Assinatura digital ultrapassa previsões; empréstimo recebido de Carlos Slim será quitado 5 meses antes

ÁLVARO FAGUNDES
DE NOVA YORK

Há mais de dois anos, o grupo dono do "New York Times" recebeu empréstimo do bilionário mexicano Carlos Slim e o futuro não parecia nada promissor para o jornal de mais prestígio do mundo, com as vendas em queda e o setor publicitário americano cortando investimentos.
Até mesmo seu domínio em Nova York vinha sendo ameaçado pelo "Wall Street Journal", o jornal comprado por Rupert Murdoch em 2007.
Os resultados financeiros da empresa, divulgados na semana passada, mostram que, se alguns problemas persistem, o cenário melhorou.
A principal novidade trazida pelo balanço da New York Times Company é que o sistema de assinatura do conteúdo on-line, lançado no fim de abril, tem superado as expectativas do grupo.
Ainda que a empresa não tenha divulgado uma meta, comenta-se que esperava 300 mil assinaturas em um ano.
No fim de junho o jornal somava 224 mil assinantes digitais, fora os 100 mil que acessam o conteúdo via promoção da Ford e os 57 mil que pagam para lê-lo em aparelhos como o Kindle e o Nook.
E esse número ainda deverá crescer com o lança- mento de assinaturas corporativas e para presente.

ANTECIPAÇÃO
O jornal pagará no mês que vem o empréstimo de US$ 250 milhões feito por Slim, cinco meses antes do previsto.
Para completar o cenário favorável para o "NYT", o "Wall Street Journal", que é o jornal mais vendido dos EUA, vem sendo criticado pela sua cobertura do caso dos grampos ilegais do "News of the World", um dos tabloides britânicos da News Corp., a empresa de Murdoch.
A recuperação do jornal foi tema de capa da revista "New York" desta semana.
Segundo Janet Robinson, presidente-executiva do grupo, o fechamento parcial do conteúdo da internet não afetou as visitas ao site do jornal, o que é importante nesse modelo de negócio, já que as receitas com publicidade on-line têm se tornado cada vez mais importantes.
Robinson disse que o site do "New York Times" recebeu 33 milhões de visitantes únicos por mês no segundo trimestre, número similar ao registrado nos 11 meses anteriores, e o faturamento com publicidade on-line se expandiu em 2,6% e já representa quase 30% das receitas do grupo com anunciantes.
Até mesmo o faturamento com as vendas de jornal, antes em queda, estagnou no segundo trimestre.
"Temos visto crescimento das entregas de jornal em domicílio devido ao modelo de assinatura e ao desejo dos usuários de ter o acesso digital completo", disse Robinson na semana passada.
Os assinantes do jornal impresso têm acesso ao conteúdo no site, em smartphones e em tablets --dependendo da cidade, sai mais barato assinar a versão impressa que somente as digitais.
Os preços da assinatura digital vão de US$ 3,75 semanais (acesso ao site e por smartphone) a US$ 8,75 (site, smartphone e tablet).


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