São Paulo, quinta-feira, 29 de setembro de 2011 |
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commodities Colheita de cana termina antes do previsto Em crise, quebra de safra e estiagem levam usinas a antecipar fim da colheita, que aconteceria em dezembro Previsão de safra é de 510,24 milhões de toneladas -quebra de 10,25%, o que deve afetar preço do álcool ELIDA OLIVEIRA DE RIBEIRÃO PRETO A quebra da safra de cana-de-açúcar e a estiagem deste ano levaram usinas a antecipar o fim da colheita, o que normalmente acontece apenas em dezembro. Ontem, o último caminhão carregado com a produção de cana da usina São Francisco, em Sertãozinho (333 km de SP), entrou na unidade levando 100,9 toneladas da matéria-prima para a fabricação de açúcar e etanol. O fim da colheita aconteceu 46 dias antes do previsto, já que a usina encerra a safra em novembro. Além do fim antecipado, a São Francisco amarga a menor moagem desde 1995: 975 mil toneladas, frente a 1,32 milhão de 2010. Ao menos duas outras usinas afirmam que terminarão a safra de 20 a 30 dias antes do usual, com quebra de produção de 5% a 15% na região de Ribeirão (313 km de SP). O setor enfrentou problemas climáticos e a falta de investimento na renovação dos canaviais, levando à quebra de produção, já que cana mais velha produz menos. A expectativa da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) de colher 568,5 milhões de toneladas neste ano não se confirmou e a entidade já revisou para baixo a previsão de safra, que deve ser de 510,24 milhões de toneladas -quebra de 10,25%. Para Maurilio Biagi Filho, conselheiro da Unica, a maior parte das usinas deve encerrar a colheita em meados de outubro. Isso leva a uma entressafra de cinco meses -a consequência será o aumento de preços de combustíveis. Para Biagi Filho, as usinas têm reduzido a velocidade de moagem para prolongar a produção, ou seja, não operam com toda a capacidade. "As usinas reduziram a moagem da cana de 15% a 20%", afirmou. A estiagem prolongada na maior região produtora do país deve favorecer a antecipação da colheita, já que, sem chuva, não há empecilho para o avanço das máquinas. Foi o caso de uma usina ouvida pela Folha, que não quis se identificar por questões estratégicas de mercado. Segundo o porta-voz da usina, houve investimento em renovação do canavial, mas o clima contribuiu para que o rendimento caísse. Se no ano passado foram moídas 6,1 milhões de toneladas de cana na unidade, neste ano ela vai encerrar a safra com 5,1 milhões. O baixo rendimento fez com que as usinas deixassem de produzir 31,13% de álcool combustível, se comparado ao mesmo período do ano anterior, segundo a Unica. Isso significa que 4,28 bilhões de litros deixaram de abastecer os postos, 10,18% a menos do que em 2010. As usinas priorizam a produção de álcool anidro que, misturado à gasolina, abastece veículos, flex ou não. Texto Anterior: Disputa: Mudança no grupo Odebrecht isola mais os Gradin Próximo Texto: Com demanda menor, preço do álcool cai na usina Índice | Comunicar Erros |
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