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Análise
Obama corre o risco de perder sua carteirinha de 'durão'
PATRÍCIA CAMPOS MELLO DE SÃO PAULOO presidente Barack Obama precisou comandar a operação que matou o terrorista Osama bin Laden, em maio de 2011, para finalmente se livrar da pecha de liberal leniente com terrorismo.
Mas agora Obama corre o risco de perder sua carteirinha do clube dos "durões em segurança nacional".
Quanto mais tempo demorar para o governo americano apresentar pistas concretas sobre quem cometeu --além de como e por que-- o atentado na maratona de Boston, mais Obama se arrisca a virar vidraça.
O líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, já veio a público dizer que "a complacência que vigorava antes dos atentados de 11 de setembro voltou".
Até agora, Obama seguiu direitinho o script de como reagir a ataques terroristas: foi à TV e jurou que vai encontrar e punir rigorosamente os culpados e demonstrou solidariedade com as vítimas.
Bem diferente do olhar aparvalhado de George W Bush ao ouvir de um assessor sobre os ataques às Torres Gêmeas, reação patética eternizada em vídeo.
Mas Obama admite: não tem a menor ideia se o atentado foi cometido por um estrangeiro ou por um cidadão americano, um grupo ou um indivíduo.
Essa incerteza é terreno fértil para ataques partidários dos republicanos e desvarios dos milhares de adeptos de teorias de conspiração espalhados pelo país --alguns já falam que o FBI estava por trás do ataque, uma suposta trama para fortalecer o "Estado policial" nos Estados Unidos.
Obama está, portanto, em posição frágil.
Mas os republicanos não deveriam embarcar em um momento Schadenfreude. Não se sabe se o autor veio das hostes mais radicais da direita americana, de onde saíram extremistas antigoverno como Tim McVeigh, autor do ataque em Oklahoma que deixou 168 mortos, em 1995.