Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Austeridade preocupa União Europeia

José Manuel Barroso, da Comissão Europeia, sinaliza maior liberdade a países com dificuldades de reduzir deficit

FMI também pede a países, como o Reino Unido, que revejam política de corte de gastos públicos

IAN TRAYNOR DO "GUARDIAN", EM BRUXELAS

O foco da União Europeia em medidas de austeridade já atingiu seu limite de aceitação pública, de acordo com o presidente do Executivo do bloco comercial. Bruxelas acompanhou o Fundo Monetário Internacional (FMI) em seu alerta quanto ao impacto dos cortes nos gastos públicos.

José Manuel Barroso, presidente da Comissão Europeia, também sinalizou que os países teriam mais liberdade caso estivessem enfrentando problemas para respeitar o limite de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) para seus deficit orçamentários (veja abaixo os números).

Ele disse que a discussão comparativa sobre os méritos da austeridade e de um aumento de gastos públicos é um falso debate --a resposta é combinar as duas coisas, e cortes de gastos públicos não bastariam como solução.

"Social e politicamente, uma política que seja vista apenas como de austeridade não é sustentável, evidentemente", disse Barroso. "Não fizemos tudo certo... A política atingiu seus limites porque precisa contar com um mínimo de apoio político e social."

Os comentários dele acompanham o pronunciamento do FMI sobre a política econômica do Reino Unido. Christine Lagarde, do FMI, disse que o mau desempenho da economia britânica não lhe deixava alternativa a não ser instar o secretário das Finanças do Reino Unido a revisar sua política de austeridade.

As declarações de Barroso representam uma das raras admissões pelas autoridades de Bruxelas de que suas receitas políticas, criadas primordialmente pelos governos da zona do euro, com Berlim no assento do piloto, ou fracassaram ou esgotaram seus efeitos, no combate à crise dos últimos três anos. Ele acrescentou que, na busca por um caminho para a retomada do crescimento na zona do euro, não fazia sentido acumular ainda mais dívidas. "Crescimento que tome a dívida como base é insustentável, artificial. Essa é a maior lição da crise", afirmou.

A inesperada crítica de Barroso às políticas de austeridade promovidas pela Alemanha, especialmente na zona do euro e nos países beneficiados por resgates, surgiu no momento em que uma das maiores companhias no mercado de títulos de dívidas apela por um relaxamento no rigor fiscal ao estilo alemão.

Bill Goss, diretor da Pimco, maior administradora mundial de fundos de investimento em títulos de dívida, disse que "o Reino Unido e quase toda a Europa erraram ao acreditar que austeridade fiscal em curto prazo fosse o caminho para gerar crescimento real. Não é".


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página