Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Fed considera comprar mais bônus para estimular o PIB
Possibilidade consta da ata divulgada ontem pelo BC dos EUA
Ideia inicial é manter programa de títulos, mas intensidade pode variar de acordo com desemprego e inflação
Como o desemprego resiste em ceder nos Estados Unidos, o Fed (Banco Central americano) resolveu manter e, se necessário, elevar seus esforços agressivos para estimular a economia.
A possibilidade de aumentar seu já imenso programa de compra de bônus --que abrange US$ 85 bilhões em títulos de dívida do Tesouro americano e bônus hipotecários residenciais-- não estava desenhada nos posicionamentos recentes do Fed.
Ao contrário, a conversa que acalorava debates no mercado era a de que um desembarque do programa se aproximava.
Segundo a ata da última reunião do comitê de política monetária do Fed divulgada ontem, a posição inicial é de conservar o programa, mas sua intensidade pode variar de acordo com a resposta do mercado de trabalho e da inflação a cada mês.
Há também sinais mais nítidos por parte do Fed de que o aumento de impostos e o corte de gastos promovidos pelo governo estão atravancando a economia, a despeito dos bons ventos que têm soprado sobre o setor de moradia.
"A política fiscal está reprimindo o crescimento", ponderou a autoridade em tom mais elevado no documento. E reafirmou o plano de manter a taxa de juros de curto prazo em níveis recordes de baixa (perto de 0%), enquanto o desemprego não roçar o distante patamar de 6,5%.
A criação de vagas registrou em março o pior desempenho em nove meses, com desemprego em 7,6%.
"O crescimento do emprego parece estar perdendo ritmo em resposta às decisões fiscais, que começam a atingir o mercado de trabalho", diz Mark Zandi, da Moody's Analytics, que levanta dados do emprego no setor privado.
O Fed agora aponta para os legisladores, fazendo lembrar uma observação do presidente da instituição, Ben Bernanke, feita em uma conferência em Jackson Hole (Wyoming) de que o Congresso deveria fazer mais para estimular crescimento e emprego.
Desde então, porém, seus líderes focaram na redução do deficit com alta de impostos e corte de gastos.