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Família de Mandela trava briga por local de mausoléu
Clã discute na Justiça e na mídia lugar que abrigará líder quando ele morrer
Nobel da Paz Desmond Tutu diz que parentes 'cospem' na cara de ex-presidente ao expor situação nos tribunais
O clã de Nelson Mandela trava feroz disputa na imprensa e nos tribunais da África do Sul enquanto o patriarca e Prêmio Nobel da Paz segue em estado crítico, hospitalizado em Pretória.
A questão gira em torno do local que receberá o corpo de Mandela --provavelmente um futuro ponto turístico-- e de quem será o chefe do clã após sua morte.
Anteontem a África do Sul assistiu a mais um capítulo: por decisão da Justiça, os corpos de três filhos de Mandela, conhecido como Madiba, foram levados de volta a um jazigo em Qunu, onde o líder passou parte da infância.
Há dois anos, os caixões estavam na casa de Mandla, o neto mais velho de Mandela, em Mvezo, aldeia onde o ex-presidente nasceu.
Muitos pensam que Mandla, oficialmente o chefe do clã, tenha feito isso na expectativa de que o avô seja também enterrado nessa aldeia. O desejo de Mandela, no entanto, é ser levado a Qunu.
A disputa levou o arcebispo Desmond Tutu, também Nobel da Paz, a se pronunciar ontem: "Por favor, não podemos pensar só em nós mesmos. Isso é como estar cuspindo na cara de Madiba [Mandela]".
Ontem, os parentes de Mandela desmentiram os boatos de que ele esteja "em estado vegetativo", segundo informou a Presidência do país em comunicado.
"Madiba segue em estado crítico, mas estável. Os médicos negam que o ex-presidente esteja em estado vegetativo", ressaltou a nota.
Mais cedo, a agência de notícias France Presse havia publicado que o diagnóstico de "estado vegetativo" constava de documentos entregues pela família à Justiça.