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ONU confirma ataque químico na Síria

Relatório não aponta responsável por uso de gás sarin perto de Damasco, mas dá indícios de autoria do regime

Inspetores dizem que artilharia soviética lançou o gás, num sinal de que Assad teria usado armas dos aliados russos

LEANDRO COLON DE LONDRES

A ONU (Organização das Nações Unidas) confirmou ontem que armas químicas foram usadas num ataque na Síria do dia 21 de agosto, nos arredores de Damasco.

Os inspetores do órgão relatam provas do gás sarin, mas não apontam os responsáveis por disseminá-lo.

Desde 2011, a Síria vive um conflito civil entre forças da oposição e o governo do ditador Bashar al-Assad. "Nossa conclusão é que armas químicas foram usadas no conflito em andamento entre as partes, também contra civis, incluindo crianças, em grande escala", diz o relatório.

Para os EUA e aliados como França e Reino Unido, há evidências que indicam o regime de Assad como autor do ataque, o que tem sido negado por Damasco.

Com 41 páginas, o relatório foi baseado em exames de sangue, urina e fios de cabelo das vítimas, análise de amostras do meio ambiente e entrevistas com médicos.

Os inspetores afirmam que há "evidências claras e convincentes" do uso de gás sarin na região de Ghouta, nos arredores de Damasco.

Os testes de sangue e urina de 34 vítimas do ataque -- com média de idade de 30 anos-- deram "definitivas evidências" de exposição delas ao gás sarin, relatam.

A isso eles somam análise clínica dessas pessoas, que apresentaram perda de consciência, convulsões, irritação nos olhos e excesso de saliva. Incolor e inodoro, o sarin ataca o sistema nervoso e causa exatamente esses sintomas.

Os inspetores relatam também a descoberta de foguetes de terra que dispararam o gás sarin. Informam que foram encontradas variantes da artilharia soviética M14, o que, para autoridades americanas, indica envolvimento de Assad, aliado dos russos.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, chamou o uso das armas de "crime de guerra" e afirmou que esse foi o maior ataque de arma química desde 1988, quando o ex-ditador Saddam Hussein usou seu arsenal em Halabja, no Iraque. "Acredito que todos podem se unir a mim na condenação a este crime desprezível", disse.

Os EUA, a França e o Reino Unido defenderam "fortes" consequências para o governo sírio caso não cumpra o acordo de entrega das armas químicas.

No sábado, EUA e Rússia anunciaram um plano para que a Síria entregue seu arsenal. O primeiro passo é que Assad forneça até o fim desta semana a relação do material em seu poder.


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